Maduro esbraveja contra presidente do Equador
"Olhe-me nos olhos, Noboa, quem mexe com a Venezuela seca e você vai secar, pare de mexer conosco", disse Maduro
O ditador venezuelano Nicolás Maduro atacou verbalmente, nesta quarta-feira, 31 de janeiro, o presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmando que este o havia “ameaçado” ao não reconhecer os resultados das próximas eleições presidenciais no país caribenho, dada a decisão do chavismo de ratificar a desqualificação da opositora María Corina Machado, impedindo-a de participar nas referidas eleições.
«Você está ameaçando a Venezuela desde o Equador, Noboa. Não abra as portas do seu país ao diabo, e eu lhe digo uma coisa que é pior, pense bem quando for mexer com a Venezuela. Olhe-me nos olhos, quem mexe com a Venezuela seca e você vai secar, pare de mexer conosco”, disse Maduro durante a cerimônia de posse do ano judicial, em Caracas.
«Não te conheço, Noboa, você é muito jovem (…) você tem que se preocupar com o seu país, que você não governa, que você veio abrir a porta ao Comando Sul (do Estados Unidos), que se dane, cuide do seu país que “você tem um problema e não sabe o que fazer”, completou Maduro perante os juízes do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), que, na sexta-feira, 26 de janeiro, ratificaram a inabilitação de Machado para participar nas eleições até 2036.
Equador não reconhece Venezuela
A ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, havia sustentado neste domingo que o gabinete liderado por Daniel Noboa “não reconhece” o Governo da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, dadas as tensões geradas pela realização das eleições presidenciais.
«O Governo defende eleições livres e países que vivam em plena democracia. O Equador não reconhece o Governo de Maduro e temos que ser claros sobre isso”, declarou a ministra em uma entrevista à rede de televisão NTN24, na qual indicou que Quito não terá “maior contato” com Maduro enquanto não houver na Venezuela eleições livres. Foi essa declaração que motivou as agressões verbais de Maduro contra o atual presidente do Equador.
Nova onda de repressão
Recentemente, a aliança de oposição venezuelana Plataforma Unitária denunciou que a ditadura de Nicolás Maduro está a levando a cabo “uma nova onda de repressão” e “violação dos Direitos Humanos” contra algumas figuras proeminentes da oposição que estariam sendo perseguidas, raptadas e presas.
No comunicado emitido a Plataforma Unitária lamenta que, em menos de uma semana, tenham sido sequestrados três coordenadores de campanha da candidata de María Corina Machado e exigiu que as autoridades forneçam um relatório sobre o local da detenção e as condições dos sequestrados pelo regime de Maduro.
“Mais uma vez fica exposta a natureza totalitária do regime que, capturado pelo desespero e pelo repúdio aos venezuelanos, reage com o que sabe fazer muito bem: reprimir”, acrescentou a oposição, que alerta que Maduro está assim a tentando evitar a realização das eleições presidenciais previstas para este ano.
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