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Macron critica alianças à esquerda e à direita: “pacto com o diabo”

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 12.06.2024 08:47 comentários
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Macron critica alianças à esquerda e à direita: “pacto com o diabo”

“Estou confiante na França, no seu futuro, que não se constrói através da traição dos seus valores", declarou Macron em conferência de imprensa, nessa quarta-feira, 12 de junho

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Macron critica alianças à esquerda e à direita: “pacto com o diabo”
Reprodução/Instagram

A 18 dias do primeiro turno das novas eleições, que será realizado em 30 de junho, as grandes manobras já começaram na França com a mobilização do líder republicano Éric Ciotti para o Rassemblement Nacional (RN), partido de Le Pen e a decisão das forças de esquerda de se unirem em uma “Frente Popular”.

O primeiro-ministro Gabriel Attal, discreto desde o anúncio da dissolução, havia anunciado na terça-feira, 11, que iria “liderar a campanha” do campo presidencial. Vários mandatários queriam que ele estivesse na linha da frente da campanha, em vez de Emmanuel Macron, que amarga uma alta de impopularidade.

Nesta quarta-feira, 12 de junho, Emmanuel Macron fez uma conferência de imprensa que durou mais de 1h30 na qual justificou a sua decisão de convocar eleições legislativas e traçou em termos gerais o programa de campanha.

Há uma onda de extrema direita na França?

Questionado sobre uma possível chegada de Jordan Bardella (RN) ao cargo de primeiro-ministro, Emmanuel Macron declarou “Tenho uma responsabilidade no sentido de não dar respostas rápidas e radicais” às preocupações dos franceses, em particular “aos medos”, continuou, afirmando, no entanto, que a onda de “extrema direita” afeta toda a Europa.

“Assim que há uma notícia ela espalha-se por todo o lado”, justificou, apontando para o sentimento de França “laranja mecânica” apresentado pelos meios de comunicação social e nas redes sociais. Há um “prêmio na emoção negativa, na reação exagerada, no episódio do momento”, explicou. Quem sobe é quem melhor carrega o episódio negativo, mas isso não faz eixo de governo.”

“Nunca fiz ficção política, mas acima de tudo, acima de tudo, não tenho espírito de derrota”, insistiu finalmente, antes de sublinhar que não havia inevitabilidade na chegada do Rassemblement Nacional (RN) ao poder.

“Não ao espírito de derrota, sim ao despertar, à onda republicana”, exclamou Emmanuel Macron em conclusão.

Macron irá governar com o partido de Le Pen?


Questionado ainda sobre a possibilidade de coabitação com o RN, o Presidente da França repreendeu o jornalista afirmando novamente que esta alternativa ainda não se tinha concretizado: “Só se vê o jogo político e a contemplação do desastre.”

Se o RN chegasse ao poder, o que seria das vossas pensões, (…) dos vossos empréstimos imobiliários, (…) dos nossos valores, dos nossos compatriotas de diversas origens, que vivem nos subúrbios?” “Não ao espírito de derrota, sim ao despertar, à onda republicana! (…) O espírito de derrota sempre esteve entre as elites, sempre (…)! Fiz a escolha de confiar, confiar em nossos compatriotas!

Aplaudido pelos jornalistas presentes no local, Emmanuel Macron concluiu: “Estou confiante na França, no seu futuro, que não se constrói através da traição dos seus valores, do seu lema, dos seus princípios!”

Um voto de raiva

Questionado sobre os eleitores que escolheram o RN nas eleições europeias, Emmanuel Macron sublinhou que nem todos “concordam com as ideias do Rassemblement Nacional”. “Simplesmente, eles estavam com raiva”, ele insistiu.

“Você expressou raiva, sinal recebido”, continuou ele. “Mas expressar raiva é uma resposta à sua vida diária? Eu te digo não. […]” O Rassemblement Nacional é “um projeto que não vai responder à insegurança que vocês vivem. […] Qual é a resposta concreta? Eles não têm nenhuma.”

Questionado sobre uma possível renúncia, Emmanuel Macron declarou a hipótese “absurda”: “a eleição pessoal foi decidida em 2022 para 5 anos, está claro”.

Pacto com o diabo

Sobre a união da esquerda em uma nova Frente Popular com vista às eleições legislativas, o presidente Francês denunciou o espaço dado ao partido de extrema esquerda La France insoumise. Ao aliar-se com o partido de Jean Luc Mélenchon, a esquerda teria deixado claro, segundo Macron, que “não condenaria o antissemitismo”.

“Não podemos fazer alianças de boutique para ir às eleições discordando em tudo”, disse ainda, acrescentando que a direita “tem um presidente que fez o pacto do diabo”, referindo-se à posição do presidente do partido Les Républicaines (LR), Éric Ciotti, que entrou em acordo com Marine Le Pen, a despeito da postura da maioria dos senadores republicanos, que permaneceu contrária à aliança.

Leia mais: Em que consiste a dissolução da Assembleia por Emmanuel Macron?

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