Alvo de reiteradas críticas do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por priorizar a “aliança com um agressor”, Lula (PT) recebeu nesta quarta-feira, 18, um telefonema do ditador russo, Vladimir Putin.

Segundo o Itamaraty, eles conversaram sobre a reunião e os temas que serão debatidos na cúpula do Brics, que acontecerá em outubro, em Kazan, na Rússia, e sobre as relações bilaterais entre os dois países.

“Também falaram sobre a proposta de paz do Brasil e da China para o conflito entre Rússia e Ucrânia”, informou o Ministério das Relações Exteriores em breve comunicado.

“Se você não apoia a guerra, ajude-nos a pará-la”

Enquanto Kiev expõe as vulnerabilidades russas, lançando uma ofensiva capaz de destruir o maior depósito de munições do país vizinho, Zelensky tem escancarado a hipocrisia de Lula sobre o conflito.

“Achei que veria em sua experiência uma compreensão do que está acontecendo, e não apenas uma pacificação política. Reconciliação de quê? O que significa simplesmente sentar e conversar com Putin? Ele é um assassino. Não dá para apenas dizer que devemos dar passos um em direção ao outro. Ele vem, mata pessoas, captura territórios e agora Lula diz que temos que conversar?

Eu poderia falar com Lula, pois Lula não é meu inimigo e o Brasil e a Ucrânia têm relações absolutamente normais. Tenho certeza que o povo do Brasil apoia o povo da Ucrânia, embora, se Lula nos tivesse apoiado, ele teria ajudado a parar a guerra. E haveria ainda mais apoio para um país tão grande como o Brasil que tem uma influência à parte, por ser muito grande.

Aqui é a Ucrânia e estamos em guerra contra a Rússia […] se você não apoia a guerra, ajude-nos a pará-la”, disse o presidente ucraniano ao Metrópoles em 11 de setembro.

“A Ucrânia tem que fazer concessões? Quais concessões? Que renunciemos às nossas terras? Que esqueçamos que estão matando o nosso povo? Essa concessão simplesmente não é aceitável. Eu acho que é destrutivo”, acrescentou.

Zelensky cancela reunião com líderes da América Latina

Zelensky cancelou uma reunião com líderes da América Latina que ocorreria em Nova York na véspera da Assembleia Geral das Nações Unidas, que começa na próxima terça, 24.

O motivo para o cancelamento foi o receio da reunião acabar esvaziada. Apenas algumas lideranças da região haviam confirmado a presença, dentre elas o presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo.

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