Crusoé: os comunistas cubanos sobem no telhado
Duas cenas marcaram os protestos contra a ditadura comunista de Cuba na noite deste domingo, 17 de março
Duas cenas marcaram os protestos contra a ditadura comunista de Cuba na noite deste domingo, 17.
A primeira foi publicada no Facebook pelo jornalista independente Yosmany Mayeta Labrada, que vive nos Estados Unidos e é de Santiago de Cuba. Ele divulgou um vídeo que recebeu em sua página da rede social (foto).
Nele, é possível ver membros do Partido Comunista da província de Santiago de Cuba em cima do telhado de uma casa, tentando falar com uma multidão aos berros. Entre as pessoas na parte de cima está Beatriz Johnson Urrutia, que em fevereiro foi indicada para ser a governadora da província.
As pessoas praticamente não deixam os comunistas falarem, gritando palavras como “pátria e vida” e “liberdade“.
Outra cena parecida aconteceu em El Cobre, cidade que fica a 30 minutos de Santiago de Cuba, e foi divulgada por Mag Jorge Castro. Nela, dirigentes cubanos aparecem de pé no telhado, enquanto as pessoas ao redor gritam: “Ninguém escolheu vocês” (abaixo).
Há duas razões para os comunistas cubanos subirem no telhado.
A primeira, mais simplista, é que eles fizeram isso para tentar falar com a multidão, porque eram muitas pessoas raivosas e não haveria espaço suficiente para uma reunião com todos em uma única sala do partido.
A segunda é uma questão de segurança. Eles teriam subido para não serem atacados pelos cubanos indignados.
“Eles subiram no telhado para usá-lo como uma espécie de tribuna, mas também por causa do medo“, diz o historiador cubano Boriz Gonzales Arenas, que vive em Havana.
“Neste momento, o país está passando por uma situação de fome que não se compara com nada que passamos nas últimas décadas. Essas pessoas que foram para as ruas estão totalmente desesperadas. Primeiro, de fome. Segundo, por causa dos apagões que acontecem em todas as províncias do país, exceto em Havana“, diz Arenas.
Cuba depende exclusivamente da energia gerada por termoelétricas antiquadas, que não conseguem suprir a demanda da ilha.
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