Crusoé: Cubanos voltam a pedir liberdade nas ruas
Como de costume, a ditadura cortou o acesso à internet para impedir que mais pessoas tomassem conhecimento dos protestos. Depois, caminhões levaram doações de alimentos para alguns bairros
O povo cubano voltou a protestar nas ruas (foto) contra a ditadura comunista na noite de domingo, 17.
Ocorreram manifestações em pelo menos seis cidades: Santiago de Cuba, Bayamo, Ciego de Ávila, Santa Marta, Cárdenas e Marianao.
As frases mais comuns gritadas pelos cubanos foram “liberdade“, “pátria e vida“, “estamos com fome“, “não aguentamos mais” e “queremos comida“. Também pediram por eletricidade.
Internet
Como de costume, a ditadura cortou o acesso à internet para impedir que mais pessoas tomassem conhecimento dos protestos. Depois, caminhões levaram doações de alimentos para alguns bairros.
Em fevereiro deste ano, o governo brasileiro enviou alimentos para Cuba para fortalecer a ditadura e evitar novos protestos. Foram 125 toneladas de leite em pó, além de arroz, milho e soja. Mas o efeito parece ter sido pequeno.
O protesto deste domingo é a primeira grande manifestação desde os protestos de 11 de julho de 2021, quando milhares de cubanos em mais de oitenta cidades pediram o fim do comunismo em mais de oitenta cidades. Naquele momento, a ditadura já completava 62 anos.
“Pátria e vida“
O grito de “pátria e vida” se contrapõe ou de “pátria ou morte“, muito usado pelos comunistas, para quem aqueles que não são fiéis à ideologia oficial devem ser eliminados. Uma música com o título “Pátria e vida” foi bastante compartilhada nas redes sociais e ajudou a convocar as pessoas para as manifestações.
A repressão aos protestos de 11 de julho de 2021 (os cubanos chamam esse dia de 11J) foi brutal. Mais de 1.800 pessoas foram presas, sendo que 800 continuam no cárcere. Entre os detidos havia menores de idade.
O ditador Miguel Díaz-Canel publicou uma mensagem na rede X tentando tirar a legitimidade dos protestos, atribuindo a culpa aos Estados Unidos.
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