A dupla mista de tênis de mesa formada por Kim Kum-Yong e Ri Jong-Sik conquistou uma das duas medalhas de prata da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos de Paris (o país recebeu outras quatro, de bronze, totalizando seis). Nem por isso, os atletas foram celebrados ao voltar para casa. Por terem participado de uma foto sorridentes, ao lado da dupla da Coreia do Sul, que ficou em terceiro lugar na competição, eles podem sofrer punições da ditadura de Kim Jong-un.

A informação foi publicada pelo Daily NK, um site mantido por dissidentes do regime norte-coreano no estrangeiro. Segundo o relato, os atletas haviam sido instruídos a não confraternizar com competidores de outros países enquanto estivessem na França. Contatos com a delegação sul-coreana eram especialmente vetados, uma vez que a ditadura comunista considera o governo de Seul seu “inimigo número um”. Os dois países atravessam um momento de tensão nas relações bilaterais. 

As selfies no pódio, contudo, aconteceram em todas as modalidades – eram feitas com o telefone celular de uma das marcas patrocinadoras do evento. 

Atletas norte-coreanos que retornam de competições internacionais são habitualmente submetidos a uma “limpeza ideológica” em três estágios, que termina com sessões de “autorreflexão”. Nelas, espera-se que critiquem “comportamentos inadequados” tanto seus, quanto de companheiros de equipe. 

Segundo o jornal Korea Times, que também apurou a história, a punição de Kim e Ri pode depender de quanto remorso eles demonstrarem por terem sorrido na foto. 

A ONG Human Rights Watch (HRW) reagiu aos relatos. “O Comitê Olímpico Internacional … tem a responsabilidade de proteger os atletas de todas as formas de assédio e abuso, conforme estabelecido na Carta Olímpica”, disse a organização em um comunicado, no domingo, 1º.

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