Crusoé: Claudia Sheinbaum é López Obrador com rabo de cavalo
Presidente eleita do México afirmou que, após tomar posse, apresentará reformas ao Congresso para permitir a reeleição e votação direta para juízes da Suprema Corte
A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, encontrou-se com o atual presidente, Andrés Manuel López Obrador nesta segunda, 10 (foto). Após a conversa, ela deu uma coletiva de imprensa em que elogiou o seu mentor e prometeu seguir adiante com algumas reformas que ele tentou, como “o tema da reeleição” e a “reforma constitucional do poder Judiciário“.
“Eu sempre disse: é uma honra estar com Andrés Manuel López Obrador. Somos parte desse grande projeto de transformação do país. Esta foi a primeira reunião de uma muitas outras que seguramente teremos“, disse Claudia.
Reeleição e Suprema Corte
O mandato do presidente no México é longo, de seis anos, e não admite a reeleição. Obrador tentou permitir essa possibilidade, mas não teve sucesso. Agora, Claudia quer continuar tentando.
A outra proposta, também já tentada por Obrador, é a de introduzir a votação direta para os juízes da Suprema Corte.
A medida acabaria com a independência do poder Judiciário, uma vez que magistrados que gostariam de se candidatar ao tribunal se aproximariam dos partidos políticos, assumindo suas bandeiras.
Como o Morena, partido de AMLO e Claudia, tem tido o melhor desempenho nas urnas, o provável é que a agrupação começaria a preencher o Judiciário com seus aliados, que depois tentariam seguir a linha do partido.
A Suprema Corte, assim, perderia o seu caráter contramajoritário, de defender os direitos das minorias ameaçadas pelas maiorias legislativas.
Sem o freio do Judiciário, o Morena poderia assumir uma hegemonia parecida com a do Partido Revolucionário Institucional, o PRI, que governou o México por 70 anos.
Ao falar da reforma no Judiciário, Claudia afirma que é preciso “abrir uma discussão“. No seu entender, os mexicanos ainda não sabem como funciona esse poder. Quando souberem — e essa é a esperança dela — vão apoiar a reforma do seu guru.
“Que seja discutida com os escritórios de advogados, nas faculdades de direito, os magistrados, os funcionários do poder Judiciário, para que seja feita uma discussão ampla nos próximos meses“, disse ela.
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