Crusoé: A “falha extraordinária” de segurança do governo Trump
O editor-chefe da revista The Atlantic foi incluído por engano em um grupo do alto escalão do governo americano que discutia planos de guerra no Iêmen

A inclusão do editor-chefe da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, em um grupo do alto escalão do governo Trump no Signal, aplicativo de mensagens concorrente do WhatsApp e do Telegram, expôs, conforme classificou o New York Times, uma “falha extraordinária” da inteligência de segurança nacional americana.
Goldberg publicou na segunda-feira, 24, uma matéria dizendo ter sido incluído por engano em um grupo do Signal com o vice-presidente, JD Vance, o secretário de Defesa, Pete Hegseth (foto), e o secretário de Estado, Marco Rubio.
“Eu tinha várias dúvidas sobre se esse grupo era real”, afirmou o jornalista.
Na matéria, ele confessou ter acreditado na veracidade das mensagens ultrassecretas com os planos de guerra americanos contra os Houthis, no Iêmen, somente depois do início dos ataques lançados de porta-aviões americanos sobre alvos houthis, em 15 de março.
“Eu não conseguia acreditar que a liderança da segurança nacional dos Estados Unidos iria comunicar no Signal sobre planos de guerra iminentes. Eu também não conseguia acreditar que o conselheiro de segurança nacional do presidente seria tão imprudente a ponto de incluir o editor-chefe do ‘The Atlantic’ em tais discussões com altos funcionários dos EUA, até e incluindo o vice-presidente”, continuou Goldberg.
Desprezo pela Europa
Em 14 de março, JD Vance e Pete Hegseth começaram a discutir sobre um bombardeio ao território do Iêmen.
“Eu apenas odeio salvar a Europa de novo”, afirmou o vice-presidente american.
“Eu compartilho totalmente do seu desprezo pelos aproveitadores europeus. É PATÉTICO”, concordou Hegset
Para o governo Trump, a Europa se beneficia das campanhas militares dos EUA no estrangeiro sem oferecer contrapartidas suficientes.
Em 15 de março, o secretário de Defesa postou no grupo diversas informações sobre os ataques aos Houthis.
Goldberg não publicou o conteúdo das mensagens assim que recebeu porque, segundo ele, “as informações contidas neles, se tivessem sido lidas por um adversário dos Estados Unidos, poderiam ter colocado em risco militares e pessoal de inteligência americanos, particularmente no Oriente Médio”.
A confirmação
O jornalista só conseguiu a confirmação de que o grupo era real dias depois…
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