Contra “extrema-direita”, extrema-esquerda leva caos à França
A violência eclodiu em várias cidades francesa na noite de quarta-feira, 12 de junho, durante manifestações contra a extrema direita e o “fascismo”
A violência eclodiu em várias cidades francesa na noite de quarta-feira, 12 de junho, durante manifestações contra a “extrema direita” e o “fascismo”, segundo os termos utilizados pelos participantes.
Em Toulouse, cerca de 1.800 pessoas reuniram-se na esplanada François Mitterrand. Várias bandeiras palestinas e uma faixa indicando “contra o fascismo junte-se à juventude revolucionária”, segurada por vários indivíduos com rostos escondidos, eram visíveis à frente da passeata.
Os participantes desfiguraram mobiliário urbano e edifícios públicos e privados, nomeadamente etiquetando as inscrições “ACAB” (“Todos os polícias são bastardos” em inglês). Três menores de 15, 16 e 17 anos foram detidos por atirarem projéteis contra a polícia e participarem da manifestação munidos de arma.
Do lado de Estrasburgo, foram descobertas pichações hostis ao Rassemblement Nacional na parede do hotel do prefeito do Baixo Reno, num contador elétrico, numa parede residencial e numa cortina comercial metálica. Um homem de 23 anos e uma mulher de 20 foram presos.
Na véspera, terça-feira, 11 de junho, à noite, outra manifestação contra a extrema direita reuniu cerca de 3.000 pessoas em Rennes. Escondidos sob guarda-chuvas, cerca de trinta indivíduos danificaram lojas e agências bancárias e imobiliárias na Place de la République enquanto atiravam projéteis contra a polícia. Cerca de cinquenta pessoas atearam fogo a contentores de lixo na Place Sainte-Anne. No total, quatro pessoas foram presas e levadas sob custódia.
A convulsão anti-RN
A febre anti-RN e anti-Bardella provavelmente aumentará neste fim de semana. Segundo a Direção de Inteligência da sede da polícia de Paris, são esperados no sábado entre 50.000 e 100.000 manifestantes contra a extrema direita nas ruas de Paris.
Esta estimativa atesta a ascensão do poder das assembleias dentro das quais a extrema esquerda tenta instalar um verdadeiro mecanismo de caos no país.
De acordo com um relatório divulgado na quarta-feira, 12 de junho, 36 manifestações já haviam sido registradas somente na terça-feira, 11, em toda a França, quando os serviços de inteligência registraram quase 15 mil pessoas, em uma mobilização menos extensa do que no dia anterior, quando 40 mil cidadãos furiosos saíram às ruas. Trata-se de perfis muito sindicalizados, muito politizados, que tentam acender o pavio que leva a uma conflagração geral.
Quarta-feira, 12, à noite, uma manifestação contra a extrema direita que reuniu cerca de 4.000 pessoas no 2º distrito de Lyon degenerou. Enquanto bandidos saqueavam empresas e atacavam uma delegacia de polícia, a estátua equestre de Luís XIV, que acabara de ser recolocada no lugar após uma longa reforma, foi vandalizada. As palavras “anti-França” foram escritas em letras vermelhas na base, onde uma bandeira palestina foi pintada às pressas.
Os serviços de inteligência territorial temem uma mobilização mais forte neste sábado, 15 de junho, data para a qual foram lançados vários apelos pela “esquerdosfera”. Lyon, Nantes e Bordeaux serão monitorados em particular.
Há um alto risco de que se repitam os mesmos padrões dos dias de ação contra a reforma previdenciária, com passeatas pacíficas no início, mas que degeneram no final das manifestações.
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