China alerta EUA sobre Taiwan: “Não brinquem com fogo”
Governo chinês reage a declarações do secretário de Defesa dos Estados Unidos, que acusou Pequim de preparar uma invasão a Taiwan
A China reagiu neste domingo, 1º, às declarações do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, que acusou Pequim de preparar uma invasão a Taiwan.
Em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo chinês expressou “firme oposição” e “profunda insatisfação” diante do que classificou como um discurso “provocador” por parte do chefe do Pentágono.
“O assunto de Taiwan é uma questão interna da China. Nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir”, afirmou a chancelaria chinesa, que acrescentou:
“Os EUA não devem usar a questão de Taiwan como moeda de troca para conter a China e não devem brincar com fogo.”
O comunicado alertou Washington a não usar a questão taiwanesa como “moeda de troca para conter a China” e anunciou a apresentação de um protesto formal à Casa Branca.
“Ameaça iminente” da China
As declarações foram feitas após Pete Hegseth afirmar durante discurso no Shangri-La Dialogue que o Exército chinês “ensina diariamente” uma possível ofensiva contra a ilha e sugerir que o Partido Comunista Chinês planeja agir até 2027.
“A ameaça da China é real. E pode ser iminente”, disse.
Pequim, que tradicionalmente envia o ministro da Defesa ao evento, optou neste ano por não enviar Dong Jun, sem oferecer explicações.
A resposta oficial foi dada pela diplomacia e por Hu Gangfeng, contra-almirante e representante da Universidade de Defesa Nacional, que acusou os EUA de promoverem “acusações infundadas” e tentarem “semear problemas”.
Venda de armas a Taiwan
A Reuters revelou que Washington pretende intensificar as vendas de armas a Taiwan. Segundo fontes do governo americano, os valores podem superar os US$ 18,3 bilhões aprovados entre 2017 e 2021. Atualmente, os EUA são os principais fornecedores militares da ilha.
Durante o fórum, Hegseth também pediu que os aliados americanos na região aumentem os investimentos em defesa.
Taiwan também enfrenta instabilidade internamente. O presidente Lai Ching-te, do Partido Democrático Progressista (DPP), tenta aprovar um orçamento especial para elevar os gastos com defesa a 3% do PIB, mas encontra resistência no parlamento, controlado pelo Kuomintang (KMT) e pelo Partido Popular de Taiwan (TPP), que aprovaram cortes orçamentários.
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