O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini (foto), fez um apelo para que os países doadores não suspendam o financiamento para a agência da ONU para refugiados palestinos. ​​O órgão, como noticiamos, é acusado por Israel de ter no quadro de funcionários pessoas envolvidas no ataque do Hamas de 7 de outubro.

A lista de países que suspenderam o financiamento para a UNRWA cresceu no sábado, 27. Nove países, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha, os maiores doadores,  anunciaram a suspensão do financiamento da agência. 

“É chocante ver uma suspensão de fundos para a agência em reação às alegações contra um pequeno grupo de funcionários, especialmente tendo em conta a ação imediata que a UNRWA tomou ao rescindir os seus contratos e pedir uma investigação independente e transparente”, disse Lazzarini na noite de sábado.

Para o chefe da UNRWA, os cortes temporários de financiamento equivalem a uma forma de punição coletiva.

“Seria imensamente irresponsável sancionar uma agência e toda uma comunidade que ela serve por causa de alegações de atos criminosos contra alguns indivíduos, especialmente num momento de guerra, deslocamento e crises políticas na região”, afirmou Lazzarini.

As suspensões ocorreram após Lazzarini anunciar na sexta-feira que a UNRWA havia demitido vários funcionários e ordenado uma investigação independente após Israel revelar que funcionários da agência da ONU para refugiados palestinos estavam envolvidos no ataque de 7 de outubro.

Na sexta-feira, os Estados Unidos anunciaram que iriam “suspender temporariamente” todos os futuros financiamentos à agência da ONU responsável pela distribuição de ajuda aos civis na Faixa de Gaza.

O país foi um dos maiores doadores em 2022, assim como a Alemanha, a União Europeia e a Suécia. O Departamento de Estado dos EUA afirmou estar “extremamente preocupado” com as alegações envolvendo 12 funcionários da UNRWA. 

Apenas os EUA doaram 343,9 milhões de dólares neste ano. A Alemanha doou 202 milhões de dólares.