Militantes Houthi no Iêmen afirmaram que realizaram um ataque ao navio de carga Rubymar no Golfo de Aden, e agora a embarcação está em risco de afundar.

Esta ação representa uma elevação nos riscos de sua campanha para interromper o transporte global em solidariedade aos palestinos na guerra de Gaza. O porta-voz militar Houthi, Yahya Sarea, disse em comunicado que a tripulação do navio está salva.

Detalhamento do ataque

De acordo com o comunicado, os Houthis também derrubaram um drone dos EUA na cidade portuária de Hodeidah. “O navio foi seriamente atingido, o que provocou sua paralisação completa. Devido aos danos extensivos sofridos, agora corre o risco de afundar no Golfo de Aden”, disse Sarea.

A empresa de segurança marítima LSS-SAPU, que atende o navio, informou que o Rubymar teve danos após o disparo de dois mísseis vindos do Iêmen, mas a tripulação conseguiu evacuar a embarcação.

Impacto nos transportes marítimos

Esses ataques têm causado preocupações crescentes com a segurança. As forças Houthi, alinhadas ao Irã, realizaram vários ataques com drones e mísseis desde meados de novembro contra o transporte comercial internacional no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandab, uma rota que representa cerca de 12% do tráfego de transporte marítimo mundial.

Em resposta a esses incidentes, diversas empresas decidiram interromper as viagens pelo Mar Vermelho e optaram por uma rota mais longa e cara ao redor da África. Aviões de guerra dos EUA e do Reino Unido realizaram ataques retaliatórios em todo o Iêmen.

Implicações para os trabalhadores

Os trabalhadores do mar permanecem na linha de fogo e já assinaram acordos para se recusarem a navegar em navios que passam pelo Mar Vermelho, recebendo o dobro do pagamento ao entrarem nas zonas de alto risco.

Até o momento, nenhum navio atacado afundou ou qualquer tripulante foi morto. No entanto, os marinheiros são vítimas inocentes da agressão contínua contra o transporte marítimo mundial, permanecendo em condições potencialmente letais enquanto a comunidade de transporte marítimo continua sob ataque.

Consequências econômicas

Esses ataques têm levado a um aumento nos prêmios de seguro de risco de guerra e impactado as entregas de gás natural liquefeito (GNL). “É só uma questão de demorar mais para chegar lá. Mas não chegará a um ponto em que teremos que parar a produção porque não há navio. Estamos bem”, disse o CEO da QatarEnergy, Saad al-Kaabi.

Os ataques também levaram algumas das maiores empresas exportadoras de GNL do mundo, como a QatarEnergy, a interromper a navegação pelo Mar Vermelho por razões de segurança.

Implicações para a segurança global

Os ataques Houthis, estão aumentando o risco e os custos para o já tenso sistema de transporte marítimo global. Os militantes, que controlam as regiões mais populosas do Iêmen, têm como alvo embarcações com laços comerciais com os Estados Unidos, Reino Unido e Israel, de acordo com fontes de seguros e navegação.

Sendo assim, as empresas de transporte marítimo devem ponderar os custos e o tempo de viagem aumentados em relação ao risco para seus navios e, o mais importante, a segurança da tripulação a bordo.