Arqueólogos encontram gravação em pedra que pode mudar o que sabemos sobre o Egito

06.11.2025

logo-crusoe-new
O Antagonista

Arqueólogos encontram gravação em pedra que pode mudar o que sabemos sobre o Egito

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 16.09.2025 15:54 comentários
Mundo

Arqueólogos encontram gravação em pedra que pode mudar o que sabemos sobre o Egito

A descoberta inédita pode revelar segredos do período Ptolemaico.

avatar
Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 16.09.2025 15:54 comentários 0
Arqueólogos encontram gravação em pedra que pode mudar o que sabemos sobre o Egito
Arqueólogos encontram gravação em pedra que pode mudar o que sabemos sobre o Egito - Créditos: By Jerónimo Roure Pérez, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=116609584

No popular imaginário, a Pedra de Roseta é frequentemente citada como a chave para desvendar os hieróglifos egípcios. No entanto, é importante lembrar que houve outras inscrições que desempenharam um papel crucial nesse processo. Entre elas, destaca-se o Decreto de Canopo, que foi emitido em 238 a.C. por todo o sacerdócio egípcio durante o reinado de Ptolemeu III. Este decreto, descoberto pela primeira vez em 1866 em Tânis, uma antiga capital localizada no nordeste do Delta do Nilo, mede quase dois metros e meio de altura e está escrito em três línguas: hieróglifos egípcios, escritura demótica e grego.

O Decreto de Canopo, diferente da famosa Pedra de Roseta, contém um número maior de hieróglifos e desempenhou um papel fundamental na pesquisa do século XIX para decifrar a escrita egípcia antiga. Atualmente, ele é uma peça central no Museu Egípcio de Cairo. Em setembro de 2025, o Ministério do Turismo e Antiguidades anunciou a descoberta de uma nova versão do decreto em um sítio arqueológico denominado “Colina dos Faraós”, na cidade de El Husseiniya, ao norte do Cairo.

Arqueólogos encontram gravação em pedra que pode mudar o que sabemos sobre o Egito - Créditos: By 𐰇𐱅𐰚𐰤 - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=132616279
Arqueólogos encontram gravação em pedra que pode mudar o que sabemos sobre o Egito – Créditos: By 𐰇𐱅𐰚𐰤 – Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=132616279

Por que a descoberta do novo Decreto de Canopo é significativa?

A importância dessa descoberta reside no fato de ser uma versão completamente nova do Decreto de Canopo. Até agora, seis cópias do decreto haviam sido encontradas, todas em três idiomas. No entanto, esta versão recém-descoberta está inscrita exclusivamente em hieróglifos, o que garante uma nova perspectiva sobre a escrita egípcia antiga. A estela de arenito de quatro pés está em excelente estado de conservação, adornada com um disco solar alado e duas cobras reais no topo, características que refletem a iconografia egípcia.

Embora esta versão do decreto não seja tão elaborada quanto a exibição no Museu Egípcio, sua presença oferece novas oportunidades para os estudiosos explorarem as diferenças e semelhanças com outras versões. Esses detalhes podem lançar luz sobre as práticas religiosas e administrativas do Egito Ptolemaico.

O que o Decreto de Canopo revela sobre o Egito Ptolemaico?

Além de seu valor como ferramenta de tradução, o Decreto de Canopo é uma janela para compreender o governo ptolemaico no Egito. O decreto menciona a expedição militar de Ptolemeu III à Ásia para recuperar imagens divinas e a repressão das insurgências internas. Também destaca a sabedoria e generosidade do governante ao importar grãos durante uma seca recente. Um dos destaques do decreto é a declaração de que a falecida princesa Berenice, filha de Ptolemeu III e da rainha Berenice, deveria ser divinizada, inaugurando cultos em sua homenagem.

Qual foi o impacto do calendário solar no Decreto de Canopo?

Um aspecto fascinante do Decreto de Canopo é sua contribuição para o desenvolvimento do calendário solar. Ele introduziu o ajuste mais preciso até então, incorporando um dia extra a cada quatro anos, o que se tornou um recurso essencial para a precisão dos ciclos sazonais e agrícolas. O decreto afirma: “Seja conhecido por todos os homens que a organização das estações do ano estava algo defeituosa. As regras que existem como leis da ciência e os caminhos do céu agora foram corrigidos”, enfatizando o avanço científico da época.

Atualmente, a cidade de Canopo, onde Ptolemeu III e seus sacerdotes se reuniram há 2.200 anos, está submersa ao largo da costa de Alexandria, consequência de terremotos e do aumento do nível do mar. Recentemente, arqueólogos egípcios começaram a realizar escavações subaquáticas, revelando mais sobre esse lugar histórico e seu legado. Essas descobertas contínuas enriquecem nosso entendimento sobre o passado glorioso do Egito, colocando a história antiga em diálogo com a arqueologia moderna.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

“Me afastaram do cargo”, diz prefeito de Sorocaba

Visualizar notícia
2

Vice-presidente da CPMI do INSS relata ameaça: “Pedi segurança”

Visualizar notícia
3

Kim desafia Pablo Marçal a quitar dívida de R$ 500 mil após criação do Missão

Visualizar notícia
4

Kassab apresenta Tarcísio como alternativa presidencial

Visualizar notícia
5

Zema se aconselha com ex-capitão do Bope

Visualizar notícia
6

Ata de Gleisi reclama de juros a 15%: “Prejudicial ao Brasil”

Visualizar notícia
7

Crusoé: Haddad não quer mais falar sobre juros?

Visualizar notícia
8

O timing do julgamento de Cláudio Castro

Visualizar notícia
9

Moraes rejeita pedido de avaliação sobre se Bolsonaro pode ficar na Papuda

Visualizar notícia
10

Crusoé: Fundo para florestas tem 3 contribuintes e 44 apoios morais

Visualizar notícia
1

Kassab apresenta Tarcísio como alternativa presidencial

Visualizar notícia
2

Kim desafia Pablo Marçal a quitar dívida de R$ 500 mil após criação do Missão

Visualizar notícia
3

Ata de Gleisi reclama de juros a 15%: "Prejudicial ao Brasil"

Visualizar notícia
4

Jovens mulheres e imigrantes fizeram a diferença na eleição em Nova York

Visualizar notícia
5

Senha do sistema de câmeras do Louvre era “Louvre”, mostra investigação

Visualizar notícia
6

Crusoé: Haddad não quer mais falar sobre juros?

Visualizar notícia
7

Lira celebra ampliação de isenção do IR apesar de "bravatas"

Visualizar notícia
8

Vice-presidente da CPMI do INSS relata ameaça: "Pedi segurança"

Visualizar notícia
9

Crusoé: Antes da COP30, Reino Unido desiste de fundo para florestas

Visualizar notícia
10

BBC culpa apresentadora por não dizer “pessoas grávidas” e gera revolta nas redes

Visualizar notícia
1

Jerônimo não fala francês

Visualizar notícia
2

TRE-SP aceita recurso de Marçal sobre venda de apoio político

Visualizar notícia
3

Suprema Corte permite que governo Trump negue passaportes a pessoas trans

Visualizar notícia
4

Dom Orani lamenta “drama vivido pelo Rio de Janeiro”

Visualizar notícia
5

Bolo de liquidificador: 4 receitas práticas e saborosas para o café da manhã

Visualizar notícia
6

Crusoé: Com mediação dos EUA, Cazaquistão adere aos Acordos de Abraão

Visualizar notícia
7

É possível dar um ‘upgrade’ no seu cérebro?

Visualizar notícia
8

3 motivos para verificar os seus níveis de colesterol

Visualizar notícia
9

Exportações brasileiras para os EUA caem 38% em outubro

Visualizar notícia
10

Tratar facções como terroristas é mais caro?

Visualizar notícia

Tags relacionadas

arqueologia Egito Antigo escritura
< Notícia Anterior

Centrão apoia anistia com garantia de inelegibilidade a condenados

16.09.2025 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

"PEC da blindagem prova que no Brasil o absurdo virou cotidiano"

16.09.2025 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

Suas redes

Instagram

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.