O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na noite de quinta-feira, 28 de fevereiro, que “apoia” o Artigo 5, a pedra angular da OTAN que fornece assistência entre seus estados-membros em caso de agressão, mas julgou que os Estados Unidos “pagam uma parcela desproporcional” no financiamento da organização.

A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer na Casa Branca.

Questionado sobre este artigo fundamental da Aliança Atlântica, numa altura em que avança o projeto de instalação de tropas europeias na Ucrânia para garantir uma paz ainda por concluir, Donald Trump respondeu “Eu apoio”, mas acrescentou: “Não creio que tenhamos qualquer razão para recorrer a isso”.

O Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte é a base da Aliança. Ela obriga cada um dos seus membros a intervir em caso de ataque contra um deles. Ele só foi usado uma vez na história da Otan, após os ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos.

“Eu disse isso?”

Ainda no contexto de uma reunião com o Primeiro-Ministro do Reino Unido, Keir Starmer, Donald Trump minimizou suas declarações polêmicas recentes a respeito do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Questionado, ao lado de Starmer, se ainda considerava Zelensky um “ditador” ele respondeu: “Eu disse isso? Não consigo acreditar que eu tenha dito isso. Próxima pergunta.”

Trump afirmou ainda que mantém “ótimas relações” com o líder ucraniano e que se encontrará com ele nessa sexta-feira, 28 defevereiro, para formalizar um acordo relacionado a minerais da Ucrânia.

Em um momento posterior da coletiva de imprensa, Trump afirmou ter “muito respeito” por Zelensky. Ele reiterou: “Tenho muito respeito por ele”, reforçando sua posição durante a conferência com o Primeiro-Ministro britânico.

Em 19 de fevereiro, Trump havia chamado Zelensky de “ditador sem eleições” em sua plataforma Truth Social, após o presidente ucraniano ter respondido às críticas feitas por Trump no dia anterior.

Na mesma publicação, Trump mencionou seu apreço pela Ucrânia, mas também criticou a atuação de Zelensky: “Eu amo a Ucrânia, mas Zelensky tem feito um trabalho terrível”, escreveu.