Depois de ser alvo de críticas durante toda esta quarta-feira (13), Flávio Dino (foto) veio a público dizer agora há pouco que não há “nenhuma proposta” para que o Brasil deixe o Tribunal Penal Internacional, corte que julga crimes contra a humanidade.

“Para esclarecer a todos, informo que não há nenhuma proposta, nesse momento, de saída do Brasil do Tribunal Penal Internacional”, postou o ministro da Justiça em sua conta oficial no X, ex-Twitter, na tarde desta quarta.

Mais cedo, como publicamos, Dino tinha dito o seguinte: “O presidente Lula alertou, corretamente, que há um desbalanceamento, em que alguns países aderiram à jurisdição do Tribunal Penal Internacional e outros não, como os EUA, a China e outros países importantes. Isso sugere que em algum momento a diplomacia brasileira pode rever essa adesão a esse acordo, uma vez que não houve essa igualdade entre as nações. Foi um alerta que o presidente fez. É claro que a diplomacia brasileira vai saber avaliar isso”.

Numa espécie de corrente para a frente de bobagens, Lula disse no último sábado (9), ainda na Índia, que Vladimir Putin não seria preso caso viesse ao Brasil —o autocrata russo tem ordem de prisão decretada pelo TPI, por crimes de guerra. Em seguida, o presidente brasileiro alegou que “nem sabia da existência desse tribunal” —o que é mentira, como disse a juíza que o próprio Lula indicou para a corte de Haia em 2004.

No seu habitual afã de agradar ao presidente, o ministro da Justiça demonstrou ignorância do direito internacional, já que a diplomacia brasileira não pode decidir, sozinha, pela saída do TPI.

LEIA AQUI o artigo de Carlos Graieb sobre o caso, “Lula e Dino jogaram no lixo sua bússola moral”.