Brincadeira tem hora e lugar no condomínio

19.07.2025

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Brincadeira tem hora e lugar no condomínio

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5 minutos de leitura 18.06.2025 22:55 comentários
Imóveis | Condomínios

Brincadeira tem hora e lugar no condomínio

Pesquisa mostra que condomínios com regras claras para o lazer infantil apresentam até 50% menos ocorrências registradas entre vizinhos

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Brincadeira tem hora e lugar no condomínio
Ilustração feira com IA

Viver em condomínio é compartilhar espaços, barulhos e também a energia — quase sempre infinita — das crianças. Em horários de lazer ou durante as férias escolares, o som de risadas e o vai-e-vem pelos corredores, salões de festas e quadras pode alegrar o ambiente… Ou gerar reclamações.

Afinal, qual é o limite entre o brincar saudável e o incômodo aos vizinhos? Existe horário para brincar? E quem define essas regras? A convivência entre gerações e rotinas diferentes exige algo fundamental: bom senso, comunicação e normas claras.

“Não se trata de proibir crianças ou limitar o brincar, mas de organizar o uso das áreas comuns para que todos possam viver bem no mesmo espaço”, diz o advogado Felipe Faustino, especialista em direito condominial.

Leia também: Como investir em imóveis e bater a rentabilidade da renda fixa

Por que esse tema é tão importante?

Segundo levantamento da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), mais de 35% das reclamações em condomínios estão relacionadas ao uso indevido das áreas comuns, sendo grande parte delas ligadas a barulho ou comportamento infantil.

Já uma pesquisa da Lello Condomínios mostra que condomínios com regras claras para o lazer infantil apresentam até 50% menos ocorrências registradas entre vizinhos.

Esses dados mostram uma realidade importante: brincar é essencial para o desenvolvimento infantil, mas precisa acontecer com limites e orientações para funcionar bem em um ambiente coletivo.

Leia também: Como evitar conflitos nas vagas coletivas

Direitos e deveres das crianças nos condomínios

As crianças têm direito ao lazer e à circulação nas áreas comuns, como qualquer outro morador. No entanto, esse direito deve respeitar:

  • As normas do regimento interno;
  • A preservação das áreas e do patrimônio coletivo;
  • O sossego dos vizinhos, especialmente nos horários de descanso.

“As áreas comuns não são parquinhos particulares. Elas pertencem a todos, e o uso deve ser compartilhado com responsabilidade”, reforça Faustino.

Problemas comuns quando não há regras claras

  • Crianças correndo e gritando nos corredores e halls: Pode causar acidentes e gerar queixas de barulho.
  • Brincadeiras perigosas em garagens e escadas: Locais de risco que não são apropriados para atividades infantis.
  • Uso inadequado de brinquedotecas e salões de festas: Sem controle de horário ou presença de responsáveis, aumenta-se o risco à segurança e ao patrimônio.
  • Conflitos entre crianças de idades diferentes ou entre pais e vizinhos: Muitas vezes evitáveis com diálogo e normas bem definidas.

Leia também: Porteiro impede invasão de condomínio de SP ao seguir protocolo

Como incentivar o bom uso das áreas comuns

  • Converse com seus filhos: Explique onde é permitido brincar, quais os horários e por que é importante respeitar os vizinhos.
  • Acompanhe as crianças nas áreas comuns: Sempre que possível, esteja por perto. A presença de um adulto ajuda a prevenir acidentes e conflitos.
  • Evite brincadeiras em locais de risco: Garagens, escadas e elevadores não são lugares apropriados para correr ou jogar bola.
  • Respeite os horários de silêncio: Normalmente entre 22h e 8h, conforme o regimento interno ou a legislação local.

Dicas para síndicos: como criar um ambiente saudável

  • Tenha regras claras no regimento interno: Estabeleça horários para o uso de brinquedotecas, quadras e salões, e proíba o uso de áreas perigosas como garagens para brincadeiras;
  • Comunique-se com os moradores de forma educativa: Campanhas com cartazes e mensagens informativas ajudam a conscientizar e evitar conflitos;
  • Incentive a criação de horários ou escalas: Especialmente em períodos de maior circulação de crianças, como férias e finais de semana;
  • Crie espaços apropriados para o lazer infantil: Se o condomínio ainda não possui brinquedoteca, parquinho ou quadra, avalie essa possibilidade com a assembleia;
  • Mediar é melhor do que punir; Antes de aplicar advertências, converse com os responsáveis e tente encontrar soluções pacíficas.

“O papel do síndico é atuar como facilitador da convivência. Quando há regras claras e orientação, o número de conflitos cai drasticamente”, destaca Faustino.

Criança precisa brincar — disso ninguém discorda. Mas brincar com respeito ao espaço e às pessoas ao redor é o que transforma o condomínio em um lugar seguro, alegre e harmonioso para todas as idades.

Regras não são inimigas da infância. São ferramentas que garantem que ela aconteça com segurança e equilíbrio. “O segredo da convivência em condomínios está no equilíbrio: dar liberdade com responsabilidade e promover empatia com organização”, finaliza Faustino.

Por Rafael Bernardes (CEO do Síndicolab) e Felipe Faustino (Faustino & Teles Advogados)

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