Ele estava trabalhando na construção de uma usina nuclear e por acaso encontrou um tesouro de moedas do século XI
Batizado de “The Pasty” esse tesouro medieval traz segredos sobre economia e política da Inglaterra do século XI.
Durante as escavações para a construção de uma usina nuclear em Suffolk, Inglaterra, um achado inesperado chamou a atenção da comunidade arqueológica. Um jovem arqueólogo, fascinado pela riqueza histórica da região, identificou um impressionante tesouro de moedas. Andrew Pegg, da Oxford Cotswold Archaeology, colaborava no projeto de preservação do local quando se deparou com algo extraordinário: um pacote com 321 moedas de prata datadas do século XI, cuidadosamente envolvidas.
O local da descoberta, próximo ao futuro complexo nuclear de Sizewell C, já era conhecido pelo interesse histórico. Objetos da Segunda Guerra Mundial também foram encontrados ali, revelando camadas de acontecimentos históricos. No entanto, foi a descoberta de Pegg – um embrulho envolto em chumbo e tecido – que mais intrigou os especialistas. As moedas, excepcionalmente bem preservadas, foram cunhadas durante os reinados conturbados de Harold I, Harthacnut e Eduardo, o Confessor.
In early 2025, archaeologists from Oxford Cotswold Archaeology uncovered a remarkable hoard of 321 silver coins at the Sizewell C nuclear power station site in Suffolk, England.
— ArchaeoHistories (@histories_arch) May 16, 2025
The coins, dating between 1036 and 1044, span the reigns of Harold I, Harthacnut, and Edward the… pic.twitter.com/8BvTimTrMf
O que o tesouro “The Pasty” revela sobre a história?
Batizado afetuosamente de “The Pasty” devido à semelhança com um pastel britânico, esse conjunto de moedas traz informações valiosas sobre o contexto político e social da Inglaterra do século XI, período marcado por instabilidade e transições de poder. De acordo com especialistas em numismática, as moedas tinham valor comparável a um pequeno rebanho de vacas, indicando sua importância econômica na época.
Quem teria sido o proprietário deste tesouro?
As hipóteses sobre a origem do tesouro são variadas. Uma das interpretações sugere que tenha pertencido a alguém de classe média, que pretendia proteger seus bens diante do clima de incerteza após a coroação de Eduardo, o Confessor, em 1042. A instabilidade política daquela época ameaçava propriedades e até a segurança daqueles que se associavam ao regime anterior. A razão de o tesouro nunca ter sido recuperado pode permanecer um segredo para sempre.

Impacto do achado para a compreensão histórica
Além de iluminar aspectos econômicos de seu tempo, a descoberta também lança luz sobre o ambiente sociopolítico da Inglaterra do século XI. O tesouro funciona como uma verdadeira cápsula do tempo, refletindo as reações da população diante das mudanças dinásticas. Segundo Alexander Bliss, especialista em numismática, o achado aprofunda o entendimento sobre o turbulento início do reinado de Eduardo, o Confessor.
Com planos de expor o tesouro ao público, os organizadores pretendem ampliar o conhecimento coletivo sobre a história britânica. A integração entre o desenvolvimento moderno da usina e a preservação do patrimônio histórico oferece um exemplo de como esses objetivos podem coexistir, fortalecendo o vínculo da sociedade com seu passado. Damian Leydon, diretor das obras em Sizewell C, destaca que essa parceria com a Oxford Cotswold Archaeology abre uma rara oportunidade para explorar e valorizar a rica história de Suffolk.
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