Brasil gasta muito e mal, mostra ranking de IDH
O país ocupa a última posição do índice de retorno de bem-estar, calculado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) desde que ele foi criado, em 2011
O Estado brasileiro gasta muito e mal, aponta o índice calculado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Nas contas do instituto, o Brasil tem o menor IDH (índice de desenvolvimento humano) entre os 30 países com maior carga tributária, e ocupa, assim a última colocação no índice de retorno de bem-estar.
O governo federal arrecadou quase um trilhão de reais de janeiro a abril deste ano. A arrecadação atingiu 892,23 bilhões de reais nos quatro primeiros meses de 2024, uma alta de 8,33% em comparação com o mesmo período do ano passado descontada a inflação. O resultado é um recorde da série histórica.
O IBPT calcula a relação entre tributação e IDH desde 2011. Pelos dados disponíveis em 2022, o Brasil tem uma carga de 32,4% do PIB, o que coloca o país na 24ª posição entre as maiores tributações, e tem um IDH de 0,760. O país ocupa a última posição do ranking desde que ele foi criado.
Mais impostos?
“A gente está mostrando matematicamente que o valor decorrente dos tributos continua sendo muito mal aplicado aqui no Brasil. Apesar de termos uma carga tributária digna de países desenvolvidos, o nosso IDH reflete um desenvolvimento muito precário”, disse João Eloi Olenike, presidente-executivo do IBPT, à Folha de S.Paulo.
Essa relação explica a dificuldade do governo para aprovar qualquer aumento de imposto. O governo Lula parece ter abandonado, por exemplo, a ideia de derrubar a isenção de taxas para importações de menos de 50 dólares.
A medida é uma demanda da indústria nacional, que tem dificuldade para concorrer com empresas chinesas. A Câmara tentou sem sucesso votar a questão nesta semana, mas o governo Lula não demonstrou empenho na questão, apesar de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda estar atrás de recursos para fechar as contas do governo.
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