Banco Master tem R$ 16 bilhões em precatórios?
Segundo o 'Estadão', valor é quase o dobro da cifra que consta no balanço do banco de Daniel Vorcaro

Citando “pessoas a par dos números da instituição”, o Estadão publicou nesta sexta-feira, 16, que o banco Master teria pelo menos 16 bilhões de reais em precatórios e pré-precatórios, ativos considerados de mais alto risco para os bancos.
O valor é quase o dobro da cifra que consta no balanço da instituição financeira de 2024, que diz ter 158 milhões de reais em precatórios e 8,5 bilhões de reais em direitos creditórios, espécie de pré-precatório, já que não há sentença de pagamento.
“O restante desses ativos, segundo fontes envolvidas na operação de venda do banco, estaria alocado em fundos e outras empresas da holding, como os bancos Voiter e Will”, diz o jornal.
Auditoria
A alocação dos ativos em fundos chamou a atenção da KPMG, empresa que auditou e aprovou o balanço do banco.
Pelo menos 19,2 bilhões de reais em ativos, um terço do total, está alocado em fundos, tornando mais difícil a tarefa de estimar o preço.
Cerca de 10,2 bilhões de reais estão em fundos de investimentos de direitos creditórios.
O conglomerado do banco Master tem 16 fundos registrados como sendo de direito creditório, sendo cinco na categoria “não padronizados”, que pode ter precatórios ou títulos oriundos de dívidas judiciais.
Os precatórios do Master
O banco Master quase quadruplicou o montante de precatórios e direitos creditórios em seu balanço nos últimos três anos, despertando a desconfiança dos agentes financeiros sobre a capacidade do banco honrar os pagamentos elevados de CDBs que possui no curto prazo.
Em outubro de 2023, o Banco Central editou uma norma que permitiu aos bancos não contabilizarem o risco dos precatórios em seu balanço.
A medida liberou o Master a continuar operando sem ser obrigado a vender ativos ou receber novos aportes.
Encrenca Master
O banco de Daniel Vorcaro (foto) passou quatro anos captando dinheiro de milhões de brasileiros oferecendo juros irreais e usando os valores em operações suspeitas ou extremamente arriscadas.
Para agentes experientes do mercado financeiro que acompanharam o movimento desde o início, era evidente que a coisa nunca daria certo.
Mesmo assim, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central fizeram vista grossa.
Agora que a conta chegou, uma vez que a instituição não tem caixa para pagar de volta o que pegou emprestado dos brasileiros, o Banco Master articula para conseguir uma solução mágica, com a ajuda de seus padrinhos políticos.
O Banco Master já se aproximou de gente graúda em Brasília, como Guido Mantega (“o mago das pedaladas fiscais” de Dilma Rousseff), o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e atual ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, além dos senadores Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (União).
A empresa ainda contratou o escritório de Viviane Barci, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes.
E tudo ainda pode ser resolvido sem que o principal responsável pela encrenca master, Daniel Vorcaro, sofra um único arranhão.
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