Você votou para deputado, mas pode acabar elegendo um prefeito
A eleição de 2024 entrará para a história como a municipal mais cara já realizada. Serão R$ 4,96 bilhões de fundo eleitoral, valor aprovado em 22 dezembro pelo...
A eleição de 2024 entrará para a história como a municipal mais cara já realizada. Serão R$ 4,96 bilhões de fundo eleitoral, valor aprovado em 22 dezembro pelo Congresso Nacional no escopo da Lei Orçamentária Anual (PLOA). Os valores acirram ainda mais a disputa de senadores e deputados federais que pretendem virar prefeitos, principalmente nas capitais.
Em São Luís, no Maranhão, o deputado federal Duarte Jr. (PSB) amanheceu esta quinta-feira, 28, exibindo o apoio do governador Carlos Brandão (PSB), nas redes sociais (foto):
“Feliz e honrado com o apoio do governador Carlos Brandão à nossa pré-candidatura à Prefeitura de São Luís. A nossa cidade precisa de parcerias com o Governo do Estado e o Governo Federal para atrair investimentos e avançar em grandes projetos que geram emprego, renda e qualidade de vida para a nossa população. Juntos, vamos transformar a capital dos maranhenses em um lugar de mais oportunidades para todos.”
Os planos do PT
O PT já avisou que quer a vice na chapa majoritária de São Luiz, mas não bateu o martelo sobre o indicado.
A decisão do partido faz parte de uma deliberação de concorrer aos Executivos das maiores cidades brasileiras. Até o momento, dez deputados federais petistas foram apontados como pré-candidatos, dos quais quatro devem concorrer a prefeituras de capitais.
Em Porto Alegre, o PT planeja lançar a deputada federal Maria do Rosário (RS). Ela deve ter como concorrente a colega de Câmara Any Ortiz (Cidadania-RS), também pré-candidata.
No Centro-Oeste, o PT aponta com a deputada federal Adriana Accorsi (GO) para a prefeitura de Goiânia. Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, a aposta é a deputada federal Natália Bonavides. Já o deputado Rogério Correia pode concorrer a prefeito de Belo Horizonte.
A capital mineira, aliás, pode se tornar alvo de uma disputa delicada para o Palácio do Planalto. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem feito movimentos no sentido de concorrer ao cargo, o que pode abrir um foco de tensão caso o PT insista em manter um nome de oposição a ele.
PL de olho nas capitais
Outra sigla que tem planos de assegurar palanques majoritários em capitais é o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em Fortaleza, o partido tenta colher frutos do racha entre PT e PDT. A expectativa é pela confirmação da pré-candidatura do deputado federal André Fernandes (PL). Correndo pelas beiradas estaria o senador Eduardo Girão (Novo-CE), que também anunciou intenção de disputar na capital cearense.
Em Cuiabá, a sigla pode lançar o deputado federal Abílio Brunini (MT). Mas as prioridades do PL são Rio de Janeiro e São Paulo.
A situação na capital carioca ainda está indefinida. Em novembro, Bolsonaro participou de um jantar e depois posou para foto ao lado do governador Cláudio Castro e do deputado federal Alexandre Ramagem, todos do PL, indicando que o parlamentar tem o apoio dele para concorrer ao comando da capital fluminense.
Enquanto isso, o senador Carlos Portinho, igualmente integrante do partido, costura apoios com Novo, PSDB, PRTB e Solidariedade para se manter na disputa. Ao contrário de Ramagem, sua estratégia é se desvencilhar da imagem de Bolsonaro, de quem foi líder de governo no Senado.
O ex-presidente fez movimento semelhante em São Paulo, onde declarou apoio à candidatura do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP).
Internamente, no entanto, a sigla mostra resistência ao ex-ministro do Meio Ambiente. A avaliação é de que um candidato de centro-direita teria mais chances na disputa. Um dos cotados como pré-candidato é o senador Astronauta Marcos Pontes (SP).
O presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, anunciou que o PL vai embarcar na candidatura de reeleição de Ricardo Nunes (MDB), e com o apoio de Bolsonaro.
São Paulo é uma das capitais brasileiras que, neste momento, tem com o maior número de parlamentares em busca de confirmação de legenda para concorrer à prefeitura.
Além dos já mencionados, estão no jogo os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União).
Quando acontecem as convenções partidárias?
A definição sobre quem de fato será candidato a prefeito nas eleições do próximo ano ocorrerá apenas entre julho e agosto do próximo de 2024, com as convenções partidárias.
Antes disso, as movimentações estarão focadas na janela partidária, limite para a troca de sigla sem perda do mandado. Essa janela estará aberta de 6 de março a 6 de abril.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)