Urgente: após chantagens de Lira, PEC dos Precatórios passa em segundo turno Urgente: após chantagens de Lira, PEC dos Precatórios passa em segundo turno
O Antagonista

Urgente: após chantagens de Lira, PEC dos Precatórios passa em segundo turno

avatar
Antonio Temóteo
avatar
Wilson Lima
5 minutos de leitura 09.11.2021 21:57 comentários
Brasil

Urgente: após chantagens de Lira, PEC dos Precatórios passa em segundo turno

Após uma intensa articulação de Arthur Lira (PP-AL) e do Palácio do Planalto, a Câmara dos Deputados aprovou por 323 votos a favor e 172 contra o texto-base do PEC dos Precatórios em segundo turno...

avatar
Antonio Temóteo
avatar
Wilson Lima
5 minutos de leitura 09.11.2021 21:57 comentários 0
Urgente: após chantagens de Lira, PEC dos Precatórios passa em segundo turno
Foto: Alan Santos/PR

Após uma intensa articulação de Arthur Lira (PP-AL) e do Palácio do Planalto, a Câmara dos Deputados aprovou por 323 votos a favor e 172 contra o texto-base do PEC dos Precatórios em segundo turno. A proposta adia a quitação de sentenças judiciais e cria uma gambiarra no teto de gastos para viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400.

Agora, a proposta segue para o Senado. Desde a semana passada, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem afirmado que a proposta tramitará com a máxima urgência.

Na semana passada, o texto-base passou com o apoio de 312 deputados, quatro a mais que o mínimo necessário para aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional. Mas, para garantir uma aprovação com uma folga maior, Lira fechou o cerco em relação aos deputados que faltaram na semana passada e conseguiu 11 votos a mais.

Ao longo do final de semana, Lira intensificou as articulações em favor da PEC. Como mostramos na última sexta-feira (5), ele vai conceder um feriado prolongado aos parlamentares e monitorou voos de congressistas.

Lira também autorizou mudanças no regimento interno da Câmara para permitir a votação, de forma remota, dos deputados doentes, parlamentares gestantes e daqueles que estão fora de Brasília em missão especial.

Além disso, na sessão de hoje, dezenas de prefeitos foram aos gabinetes pressionar pela aprovação da PEC. Os municípios serão beneficiados com o texto. A partir de agora, os prefeitos poderão parcelar em até 240 meses dívidas previdenciárias vencidas até 31 de outubro de 2021. Ao todo, os débitos dos municípios chegam a R$ 126,5 bilhões.

Como mostramos, os deputados também receberam promessas de maior acesso às emendas parlamentares e a cargos de órgãos federais nos Estados.

Esses movimentos anularam a decisão da bancada do PDT tomada ontem à noite, que fechou questão contra o texto. Na semana passada, o partido apoiou a proposta. Além disso, Lira contou com um quórum de votação maior hoje em comparação com a votação em primeiro turno. Na semana passada, 456 deputados registraram presença, hoje, foram 496.

Ao longo da votação de hoje, houve  uma única modificação em reação ao texto original relatado pelo deputado Hugo Mota (Republicanos-PB). Os deputados aprovaram um destaque do Novo e derrubaram um dispositivo da PEC que flexibilizava a “regra de ouro”.

Essa norma determina que o governo não pode se endividar para pagar despesas correntes. Isso só pode ocorrer, se necessário, por meio da aprovação pelo Congresso de um crédito suplementar.

A proposta do governo, incluída na PEC, era que essa autorização já estivesse expressa juntamente com a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), dispensando uma segunda votação. Esse trecho foi suprimido da proposta com a aprovação do destaque.

A PEC abre um espaço fiscal de R$ 91,6 bilhões no orçamento, segundo o Ministério da Economia. Desse total, R$ 47 bilhões decorrem da gambiarra no teto de gastos e os R$ 44,6 bilhões restantes, do adiamento no pagamento dos precatórios. Além de usar esses recursos para bancar o Auxílio Brasil, os parlamentares esperam aumentar de R$ 2 bilhões para R$ 5 bilhões o fundo eleitoral e direcionar R$ 16 bilhões para as chamadas emendas de relator.

No caso do teto de gastos, a norma em vigor determina que a despesa de cada ano deve se limitar à do ano anterior, corrigida pela inflação acumulada entre julho e junho. Pela proposta, a regra levará em conta o IPCA acumulado entre janeiro e dezembro.

Essa gambiarra levou quatro secretários do Ministério da Economia a pedir demissão.

No caso dos precatórios, a proposta cria um teto de gastos para essas dívidas judiciais. Com isso, dos R$ 89 bilhões previstos para 2022, serão pagos R$ 39,8 bilhões — quase R$ 50 bilhões serão adiados para os anos seguintes. Além disso, haverá uma fila de credores.

Serão pagas primeiramente, em 2022, as chamadas Requisição de Pequeno Valor (RPV), dívidas de até R$ 66 mil. Em seguida, os débitos com idosos e pessoas com doenças graves.

Após um acordo de líderes, o relator incluiu entre as prioridades a quitação de dívidas do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério). Pela proposta, 40% devem ser pagos em 2022, 30% em 2023 e outros 30% em 2024.

Quem não se enquadrar poderá fazer acordo para receber o valor de uma só vez, com desconto de 40%. Outra opção é receber uma parte de 15% à vista e o restante dividido em nove parcelas anuais. Os acordos serão regulados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e serão feitas em tribunais específicos para esse fim.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Caiado aproveita inelegibilidade para reforçar candidatura em 2026

Visualizar notícia
2

Lula passará por novo procedimento, diz equipe médica

Visualizar notícia
3

BC reage a “cenário mais adverso” com mais um ponto na taxa de juros

Visualizar notícia
4

Fux ironiza Musk em julgamento sobre redes sociais

Visualizar notícia
5

STF liga gerador de lero-lero sobre imunidade parlamentar

Visualizar notícia
6

“Até cansou a vista”, diz Toffoli sobre próprio voto

Visualizar notícia
7

Identitatismo enfrenta crescente rejeição entre trabalhadores americanos

Visualizar notícia
8

Khamenei faz primeiro pronunciamento após queda de Assad

Visualizar notícia
9

Onélia: a quinta esposa de ministro de Lula em tribunais de contas

Visualizar notícia
10

Câmara aprova criação da ‘Estatal do Lira’

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Senado aprova regulamentação da Reforma Tributária

Visualizar notícia
2

O duplo padrão de Moraes sobre o nepotismo cruzado?

Visualizar notícia
3

Alta de juros é atestado de burrice de Lula

Visualizar notícia
4

Moraes rejeita pedido de Zambelli para visitar presas do 8 de janeiro

Visualizar notícia
5

Kalil é médico ou assessor de imprensa de Lula?

Visualizar notícia
6

Governo Lula não descarta MP para mudança no salário mínimo

Visualizar notícia
7

Prem Milan investigado por tortura psicológica, agressão e estelionato

Visualizar notícia
8

Querem enfraquecer Kassab em SP?

Visualizar notícia
9

Câmara aprova castração química para pedófilos

Visualizar notícia
10

Novo critica Fux por defender remoção imediata de postagens: “Aberração”

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

Arthur Lira Câmara PEC do Calote PEC dos Precatórios
< Notícia Anterior

Bolsonaro aprimorou o método petista de compra de votos

09.11.2021 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

O país dos caciques

09.11.2021 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Antonio Temóteo

Antonio Temóteo é jornalista formado pelo UniCeub. Foi repórter do Correio Braziliense e do UOL. Nesse período, se especializou na cobertura política e econômica em Brasília. Acompanhou o impeachment de Dilma Rousseff e a aprovação de diversas pautas econômicas no Congresso Nacional. Entre outros prêmios, ganhou duas vezes o Esso de Informação Econômica e duas vezes o Abrapp, focado em matérias sobre fundos de pensão.

avatar

Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Alerta do Inmet para chuvas intensas: Veja onde e como se proteger

Alerta do Inmet para chuvas intensas: Veja onde e como se proteger

Visualizar notícia
Senado aprova regulamentação da Reforma Tributária

Senado aprova regulamentação da Reforma Tributária

Deborah Sena Visualizar notícia
O duplo padrão de Moraes sobre o nepotismo cruzado?

O duplo padrão de Moraes sobre o nepotismo cruzado?

Wilson Lima Visualizar notícia
Nubank tem ótima notícia para quem está negativado na praça

Nubank tem ótima notícia para quem está negativado na praça

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.