STF anuncia datas para julgamento do segundo núcleo da trama golpista
Primeira Turma do Supremo analisará ações do núcleo de desinformação, envolvendo sete réus acusados de manipular dados e disseminar fraudes eleitorais em 2022
O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu as datas para o julgamento dos sete réus pertencentes ao núcleo de desinformação da trama golpista de 2022. O ministro Cristiano Zanin agendou quatro sessões, nos dias 4, 15, 21 e 22 de outubro, para avaliar as acusações de que os denunciados contribuíram ativamente com a difusão de narrativas falsas e ataques contra as instituições democráticas.
Os primeiros indivíduos julgados foram os integrantes do núcleo central da ação. Naquela fase, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado a 27 anos e três meses de reclusão. O ministro Alexandre de Moraes é o responsável pelos processos em curso no Supremo que apuram a conspiração de 2022.
A composição dos réus e os pedidos da PGR
Sete pessoas compõem este núcleo de desinformação. A lista de denunciados inclui o major Ailton Barros, o major e ex-assessor do Ministério da Saúde Ângelo Martins Denicoli.
Também são réus Carlos César Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, e o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida. O coronel Reginaldo Vieira de Abreu completa a relação dos militares envolvidos.
Além disso, foram denunciados dois ex-integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Giancarlo Gomes Rodrigues e Marcelo Araújo Bormevet.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a condenação de todos os sete denunciados. O argumento é que cada indivíduo contribuiu ativamente para as ações direcionadas contra as instituições do país.
Segunda a Folha, as defesas dos acusados, no entanto, negam terem cometido os crimes pelos quais são processados.
Estruturas informais e produção de conteúdo falso
Gonet detalhou que Giancarlo Rodrigues e Marcelo Bormevet faziam parte de uma estrutura informal operando dentro da Abin. Essa estrutura paralela teve uma função importante na elaboração e na disseminação de informações falsas.
A dupla também teria promovido ataques contra opositores políticos do ex-presidente. A denúncia aponta que Giancarlo repassava dados sobre perfis ligados à esquerda.
Essas informações eram usadas para que contas virtuais realizassem ataques, marcando pessoas próximas ao ex-presidente, como o filho Carlos Bolsonaro, para garantir a proliferação dos ataques.
Em uma mensagem de WhatsApp, Giancarlo instruiu Bormevet sobre o uso de uma conta camuflada: “Segue o perfil do maluco que eu estou alimentando… @richards_pozzer mas usa uma conta fake, não segue com a sua não… tudo que eu estou passando ele publica… acabou de publicar mais uma…”.
Para operacionalizar a ação clandestina, os ex-agentes da Abin teriam utilizado “ferramentas variadas”. Entre elas o sistema FirstMile, um software que possibilita o monitoramento da localização de telefones celulares de alvos específicos.
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