Como dissemos mais cedo, a CPI da Covid tem atraído a atenção dos brasileiros, mas muitos têm questionado o fato de senadores usarem o tempo de perguntas aos depoentes somente para discursar.

Na sessão de ontem, o governista Marcos Rogério (DEM), por exemplo, usou sua participação na comissão para mostrar vídeos antigos de governadores falando sobre a cloroquina.

Rogério ainda não decidiu, mas poderá se candidatar ao governo de seu estado, Rondônia, no ano que vem. Questionamos o senador sobre o uso da CPI como palanque político.

Ele respondeu:

“Não posso, naturalmente, responder pela intenção de outros senadores. Eu pergunto sempre que vejo a necessidade de que alguma questão seja esclarecida.”

O senador acrescentou, com ponderações:

“Mas é preciso dizer que, em uma CPI que já tem narrativa pronta, seria ingenuidade ficar repetindo as mesmas perguntas e caindo na estratégia dos pré-julgadores. Em casos assim, é minimamente inteligente que se perceba a necessidade de se contrapor às narrativas, o que não se faz com perguntas sobre temas exaustivamente discutidos.”

Rogério negou que essa postura seja “desejo de aparecer”.

“Isso não tem nada a ver com palanque político ou desejo de aparecer. Palanque é tripudiar sobre o número de mortos e se apresentar como grande defensor da humanidade, enquanto se resiste, de toda forma, a investigar as muitas suspeitas de corrupção envolvendo, especialmente, governadores.”

Leia aqui a opinião de outros integrantes da CPI sobre o assunto. Otto Alencar (PSD), como noticiamos, chegou a defender que as sessões sejam sigilosas.

Leia também: CPI do blá-blá-blá.