O ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho não compareceu para depor na CPI das Pirâmides, na tarde desta terça-feira (22). Ele havia sido convocado para esclarecer negócios da sua empresa de criptomoedas “18K Ronaldinho”.

Assim que começou a sessão, o presidente da comissão, o deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), anunciou a ausência de Ronaldinho Gaúcho, seu irmão Roberto de Assis Moreira e o sócio da empresa Marcelo Lara e fez uma nova convocação para que eles compareçam à CPI na próxima quinta-feira (24). Caso eles faltem novamente, serão levados com condução coercitiva para serem interrogados na condição de testemunha, com o direito de ficarem em silêncio.

O relator, o deputado federal, Ricardo Silva (PSD-SP), criticou a ausência dos convocados. 

“Eles estão se ausentando hoje da CPI de forma irregular. É bom que se fale sobre isso, para [que] nós não tenhamos mais problemas. O que a CPI menos quer é buscar condução coercitiva, mas se for necessário faremos. O presidente anunciou, de forma correta, na quinta-feira [17], que se não estiverem aqui nós iremos buscar condução coercitiva“, disse o relator.

Silva argumentou que o tratamento na CPI tem de ser isonômico e que Ronaldinho tem muito a falar à comissão e “ao povo brasileiro”.

A defesa do ex-jogador e do seu irmão havia entrado com pedido de habeas corpus para que eles não fossem depor hoje na CPI. Mesmo com o STF negando o recurso, eles não compareceram. 

 Os três foram convocados para prestar esclarecimento à comissão acerca das suspeitas de envolvimento em fraudes com investimentos em criptomoedas. A empresa do ex-jogador, “18K Ronaldinho”, prometia retornos de até 400% do investimento, além de prêmios de luxo, como relógios.

Como eles não estavam presentes, o presidente do Santos FC, Andrés Rueda, prestou depoimento por videoconferência para esclarecer a relação do clube com a empresa de cassino e apostas online Blaze, acusada de fraudes, que é patrocinadora master do Santos. O depoimento de Rueda durou menos de 30 minutos.

Antes de encerrar a sessão, após o depoimento do presidente do Santos, Ribeiro disse que a comissão vai recorrer da decisão do STF em conceder habeas corpus à atriz e humorista Tatá Werneck e ao ator Cauã Reymond para não comparecerem à CPI.