Rodolfo Borges na Crusoé: Os craques duplicados
Multiplicam-se sósias de jogadores. É um tipo de homenagem, uma constatação da fama, e também um ganha-pão. No caso de Neymar, até um álibi

Não é todos os dias que se encontram duas pessoas iguais”, diz Tertuliano Máximo Afonso, protagonista de O Homem Duplicado (Companhia das Letras), de Saramago. O professor de história do romance do escritor português não deve acompanhar futebol.
Multiplicaram-se nos últimos anos os sósias de jogadores. Pelo mundo inteiro. É um tipo de homenagem, uma constatação da fama, e também um ganha-pão.
Gabrigordo, Paquetá da Torcida e Cássio de Piracicaba são alguns dos emuladores de atletas que ganham a vida como versões de ídolos de grande notoriedade, recheando as redes sociais de vídeos em que emulam as vidas dos ídolos.
Há um time de sósias de jogadores do Real Madrid e do Liverpool que falam em árabe, protagonizado por um Mbappe genérico, um Van Dijk duplicado e um Alisson que força um pouco a barra (foto).
Isso sem falar nos imitadores, como o japonês que faz graça simulando a hesitação do hoje ex-jogador Marcelo para chutar ao gol, e o humorista Filipe Pontes, que não se parece em nada com Neymar, mas consegue falar e se comportar igual a ele.
Sósia do Ney
Todo esse preâmbulo foi apenas para chegar ao Sósia do Ney, que também se passa por Neymar, e tem 3,3 milhões de seguidores no Instagram.
Nesta semana, Eigon Oliver, que já causou tumulto em shopping center se fazendo passar por Neymar, jogou no ar a possibilidade de que teria sido ele a se envolver com Any Awuada, nome artístico de Nayara Macedo, que alega ter mantido relações sexuais com o craque do Santos, comprometido com Bruna Biancardi, mãe de dois de seus quatro filhos.
A moça nega que tenha relacionado com a cópia de Neymar. Diz que o Sósia do Ney tem menos cabelo que o jogador de verdade, e que só parece com o craque quando está paramentado. “Ele bota um óculos e um boné e fica parecidinho”, comentou. Seria impossível confundi-los, segundo a modelo, que diz estar grávida.
Duplicado
“As mãos eram em tudo iguais, cada veia, cada ruga, cada pelo, as unhas uma por uma, tudo se repetia como se tivesse saído de um molde. A única diferença era a aliança de ouro que António Claro usava no dedo anelar esquerdo”, descreve o narrador de Saramago em O Homem Duplicado, cujo enredo se dirige para um lugar próximo da intriga levantada pelo Sósia do Ney.
O professor de história Tertuliano Máximo Afonso percebe, ao assistir a um filme, que um dos atores coadjuvantes é sua cópia.
Obcecado, assiste a uma série de produções da mesma produtora até conseguir descobrir a identidade de seu duplo, Daniel Santa-Clara, que usa o nome artístico de António Claro.
O encontro entre os dois…
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