Réu em Portugal, José Sócrates reforça campanha de Lula
A imprensa portuguesa descobriu que o ex-premiê José Sócrates tem feito viagens ao Brasil sem informar os tribunais portugueses. Réu na Operação Marquês, uma espécie de Lava Jato portuguesa, Sócrates estaria cursando doutorado em Relações Internacionais na PUC, sendo orientado pelo professor Reginaldo Nasser, do PT...
A imprensa portuguesa descobriu que o ex-premiê José Sócrates tem feito viagens ao Brasil sem informar os tribunais portugueses. Réu na Operação Marquês, uma espécie de Lava Jato portuguesa, Sócrates estaria cursando doutorado em Relações Internacionais na PUC, sendo orientado pelo professor Reginaldo Nasser, do PT.
Segundo a revista Visão, Sócrates tem participado de atividades partidárias e colaborado na pré-campanha de Lula, além de escrever para uma revista de esquerda. Nasser disse à publicação que o político português ingressou no doutorado “por meio de um processo de seleção para alunos estrangeiros”.
Sócrates tem se beneficiado da morosidade da Justiça portuguesa. No processo da Marquês, que se arrasta há uma década, o ex-premiê cumpriu 10 meses de prisão preventiva e outros 42 dias em regime domiciliar.
Foi investigado inicialmente por 31 crimes, sendo três deles de corrupção passiva, mas acabou denunciado apenas por seis, três de lavagem de dinheiro e outros três por falsificação de documentos.
Um dos crimes de lavagem de Sócrates diz respeito à utilização de contas bancárias do Montepio Geral, espécie de “Caixa Econômica” portuguesa, em parceria com o empresário Carlos Santos Silva.
Até hoje, apenas dois investigados foram condenados. Um deles foi Ricardo Salgado, ex-presidente do Banco Espírito Santo, que pagou 1,2 milhão de euros a escritório do advogado João Abrantes Serra, ligado ao de Luís Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu.
Atualização: em contato com este site, posteriormente, Sócrates rebateu as informações, dizendo que “o jornalismo português não é boa fonte”.
Leiam a nota completa:
“Não é verdade que participe ou que tenha participado em ‘atividades partidárias’ ou ‘colaborado na pré-campanha de Lula’. A avaliar pelo que para aí vejo noticiado sobre intenção de voto julgo que é razoável dizer que o Presidente Lula não precisa de ajuda nenhuma. Seja como for, a informação é falsa.
É verdade que estou a frequentar um doutoramento em relações internacionais da PUC- Pão Paulo. É verdade que o meu orientador é Reginaldo Nasser (que manda dizer que não é do PT). É verdade que escrevo na revista ‘Carta Capital’. O que me parece surpreendente é que tais factos da minha vida privada sejam apresentados como comportamento suspeito ou censurável.
Gostaria também de vos Informar que, por decisão judicial de 9 de abril de 2021, o Tribunal Português considerou a denúncia feita contra mim como inepta, imprestável e sem dignidade para sequer subir a julgamento. Não foram apuradas nem provas nem ‘indícios’ que a justificassem. Nem provas, nem indícios. Para usar os mesmos termos do tribunal as acusações contra mim foram consideradas ‘fantasiosas’, ‘especulativas’ e ‘incongruentes’. Um pouco diferente da vossa notícia, não acham?
Nessa mesma decisão o tribunal considerou que a escolha do juiz que ordenou a prisão e que acompanhou os primeiros anos do inquérito foi manipulada. Não sei se me estão a acompanhar – o juiz foi escolhido de forma ilegal por forma a transformar o processo num jogo de cartas marcadas. Esta é , hoje em dia, considerada pelos estudiosos do fenómeno como a marca mais evidente de lawfare – a escolha viciada da jurisdição. Os jornalistas brasileiros sabem exatamente do que estou a falar.”
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