Prefeitos de algumas cidades do litoral de São Paulo estão acionando a Justiça para que possam realizar bloqueios em estradas e rodovias que dão acesso às cidades durante o “megaferiadão” que começa amanhã para os paulistanos.

Ontem, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a antecipação de dois feriados na cidade — Corpus Christi (11 de junho) e o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) — para esta quarta (20) e quinta (21). Na sexta-feira (22), será ponto facultativo na capital paulista.

Além disso, é provável que na próxima segunda-feira (25) também seja feriado, pois o governo do estado já pediu à Assembleia Legislativa a antecipação da celebração da Revolução Constitucionalista de 1932, em 9 de julho. Ao todo, seriam seis dias de feriado.

“Pedimos o apoio da Polícia Rodoviária para fechar a Rodovia Rio-Santos nas divisas com Bertioga e com Caraguatatuba. Estamos mostrando que esses feriados trazem um impacto grave, pois as 14 milhões de pessoas da capital não vão ficar em casa. Toda vez que teve feriado, tivemos um aumento de 30% nos casos de coronavírus no município”, disse o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), ao Estadão.

“Vai ficar todo mundo em São Paulo, com sol no fim de semana? Vai dizer pra mim que vai ficar lá em São Paulo, na janela do apartamento, olhando para o Parque Ibirapuera? É brincadeira, né? Vai vir todo mundo para cá”, afirmou o tucano em vídeo postado nas redes sociais.

O prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior (MDB), também deve ir à Justiça. “Não podemos jogar fora, em três ou quatro dias, todo o trabalho que fizemos nesses dois meses. Se a situação hoje está controlada, com apenas dez leitos de UTI ocupados, é porque conseguimos manter o isolamento. Já conversamos com o Estado e precisamos de apoio agora. A capital está pensando nela, o que é certo, mas temos que garantir a saúde do nosso pessoal aqui.”

O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), também reclamou do “megaferiadão”. “Antecipar os feriados será estimular a vinda de turistas para a Baixada. Vamos endurecer as medidas para impedir que venham, desta vez com o apoio do Estado.”