Pimenta não nega suas pretensões eleitorais no Rio Grande do Sul
"O que eu farei em 2026 é uma discussão que não será colocada agora", diz em entrevista o ministro da Reconstrução do Rio Grande do Sul, que também negou preocupação com a popularidade de Lula. Seu evento de posse na quarta, 15, indicou o contrário
Paulo Pimenta (à esquerda na foto) assumiu na quarta-feira, 15, a Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. A assinatura do termo de posse ocorreu em cima de um palanque, em meio a troca de sorrisos com o presidente Lula (à direita na foto).
Para não deixar dúvidas sobre o caráter eleitoreiro da cerimônia na qual os petistas anunciaram auxílio de 5,1 mil reais à vítimas das enchentes do RS, o antigo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) disse o seguinte em seu discurso:
“O que foi anunciado hoje aqui é o mais importante plano de apoio a uma situação de catástrofe da história deste país. Como diz o presidente Lula, nunca antes na história do Brasil existiu um plano tão ousado, tão corajoso, de apoio, como esse que foi anunciado aqui hoje.”
Não negou
Em entrevista publicada por O Globo nesta quinta-feira, 16, Pimenta, um notório pretendente ao cargo de governador do Rio Grande do Sul, não negou suas pretensões eleitorais.
“Em primeiro lugar, não pretendo misturar agenda institucional e trabalho do governo com debate da eleição de 2026. Sei diferenciar as coisas e em nenhum momento vou abdicar do que precisa ser feito. O que eu farei em 2026 é uma discussão que não será colocada agora”, disse o ministro.
O que Pimenta negou foi que esteja preocupado com a popularidade de Lula “nessa hora”, apesar de a mudança de abordagem do governo federal em relação à tragédia do Rio Grande do Sul dizer o contrário. Machucado pela acusação de que não estava dando a devida atenção ao problema, Lula intensificou a presença no estado e criou um ministério para cuidar do assunto — mas o entregou a um aliado agressivo e diretamente interessado na política local.
“Relação republicana“
“Nunca perguntei partido de prefeito, nunca perguntei partido de vereador. Minha função é institucional, estabeleço uma relação republicana e isso não vai mudar”, defendeu-se Pimenta na entrevista a O Globo.
Questionado sobre as reclamações de prefeitos do RS sobre a ajuda federal, o ministro disse que “hoje qualquer prefeito pode, em menos de 24 horas, ter um plano de trabalho aprovado para receber recurso”, completando: “Quero dar orientação e também facilitar para que os prefeitos saibam como agir de forma adequada”.
Os gritos de “olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” entoados ao longo do evento no qual Pimenta foi empossado em seu trampolim eleitoral para 2026 ecoam mais alto do que as declarações de desinteresse político do novo ministro da Reconstrução do Rio Grande do Sul.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)