O presidente Lula (foto à esquerda) tem se demonstrado, cada vez mais, um ser absolutamente insensível e indiferente ao sofrimento do povo gaúcho em meio a sua maior tragédia pluviométrica da história.

Não falo necessariamente da falta de atuação governo federal – afinal, finalmente, a União anunciou medidas mais efetivas como a liberação de um voucher de R$ 5,1 mil para as vítimas da enchentes -, mas cito a escolha absurdamente equivocada do ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, para ser o ministro da reconstrução do Rio Grande do Sul.

Pimenta tem competência para esse cargo? Talvez. A questão aqui não é, necessariamente, a capacidade técnica do deputado federal licenciado, mas a mensagem errática que Lula passa nesse instante.

O ministro da Secom é daquela ala xiita do PT, defensor de um embate mais duro contra os críticos do presidente da República; além disso, Pimenta é pré-candidatíssimo ao Palácio Piratini.

Como a política é feita de gestos, Lula deu duas grandes mensagens com a escolha de Pimenta. A primeira: o petista vai apostar cada vez mais na polarização e nos discursos de ódio; a segunda, e mais triste – na política, vale tudo. Até mesmo explorar a miséria alheia para alavancar uma pré-candidatura.

Eduardo Leite não ficou nada feliz com a escolha. Leite não falou absolutamente nada publicamente, mas o seu descontentamento ficou latente na solenidade em que Lula anunciou Pimenta como o ministro da reconstrução. Leite estava lá, no palanque, isolado, consternado, obrigado pelo dever de ofício. Cumpriu o seu dever. Nada mais. 

Para tentar minimizar as críticas, Pimenta disse que vai trabalhar ao lado do governador Eduardo Leite. “O trabalho do governo federal é um trabalho complementar e suplementar ao trabalho do governo do estado e das prefeituras”, disse.

Espera-se que isso de fato aconteça. Afinal de contas, isso é o mínimo que se espera do governo federal.

E sobre a Janja (foto à direita), uma singela observação. Nesta quarta, ela publicou em suas redes sociais uma foto na qual posa ao lado de várias cestas básicas em avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Ela feliz, exultante, algumas cestas básicas e vários lugares vazios. Uma imagem digna de pena. E de uma insensibilidade atroz.