PGR quer fugitivos do 8 de janeiro na lista da Interpol
Pelo menos dez envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes estão com mandado de prisão em aberto ou fugiram do país após inutilizarem as tornozeleiras eletrônicas
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta quarta-feira, 15, a inclusão de 51 acusados de participação nos atos de 8 de janeiro de 2023 na lista vermelha da Interpol.
A solicitação foi realizada após o portal Uol revelar que pelo menos dez envolvidos na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, estão com mandado de prisão em aberto ou fugiram do país após inutilizarem as tornozeleiras eletrônicas.
Se a solicitação do PGR for acatada, eles se tornarão foragidos internacionais.
Lista da Interpol
A Interpol é uma organização policial criminal composta por 196 países.
Embora não garanta a captura dos fugitivos, o alerta de difusão vermelha insere os dados e a identificação dos fugitivos nos sistemas de buscas das autoridades policiais do mundo todo, facilitando o trabalho de prisão dos foragidos.
A fuga
Pelo menos dez indivíduos condenados ou investigados por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023 conseguiram fugir do Brasil após quebrarem as tornozeleiras eletrônicas que usavam por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com uma pesquisa realizada pelo site, os fugitivos se dirigiram para a Argentina ou Uruguai. Em alguns casos, há pedidos de prisão em aberto contra eles.
Quem são os fugitivos
Um dos fugitivos é o músico Ângelo Sotero, de 59 anos, que foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão pelo plenário do STF por tentativa de golpe de Estado e associação criminosa em novembro. Segundo seu advogado, Hemerson Barbosa, Sotero fugiu há cerca de um mês e quebrou a tornozeleira eletrônica que utilizava. Ele atravessou a fronteira com a Argentina pela cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina.
Outros indivíduos que também fugiram para a Argentina são o corretor Gilberto Ackermann, de 50 anos, condenado a 15 anos de prisão; Raquel de Souza Lopes, de 51 anos, condenada a 16 anos e seis meses; o empresário Luiz Fernandes Venâncio, de 50 anos, que ainda aguarda julgamento; Rosana Maciel Gomes, de 50 anos, condenada a 14 anos; e o pedreiro Daniel Luciano Bressan, de 37 anos.
Já Alethea Verusca Soares, de 49 anos, condenada a 17 anos de prisão, teria fugido para o Uruguai saindo de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Posteriormente, ela teria seguido para a Argentina. Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, de 58 anos, também teria ido para o Uruguai.
Além disso, as empresárias Flávia Cordeiro Magalhães Soares, de 47 anos, e Fátima Aparecida Pleti, de 61 anos, também conseguiram burlar as tornozeleiras eletrônicas, conforme revelado pelos processos judiciais. No entanto, não há informações sobre o paradeiro delas. Flávia possui um mandado de prisão em aberto desde fevereiro, segundo dados do banco de mandados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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