Padilha poderá viajar aos EUA para evento da ONU?
Com visto revogado, ministro diz avaliar viagem a Nova York com base em "acordo de sede" que impede restrição a autoridades convidadas
Após ter o visto cancelado pelos Estados Unidos, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira, 19, que ainda poderia viajar para eventos ligados à Assembleia-Geral da ONU, marcada para setembro, em Nova York.
Segundo ele, há um “acordo de sede” que impede os países anfitriões negarem a entrada de representantes oficiais.
O ministro, no entanto, disse que avaliará sua viagem devido à agenda do Ministério da Saúde.
“Em relação tanto à ONU quanto à Opas [Organização Pan-Americana da Saúde, sediada em Washington], tem o chamado acordo de sede, em que nenhum país do mundo pode impedir o acesso de uma autoridade convidada ao evento onde ele será sediado”, disse.
Na semana passada, a família de Padilha recebeu um e-mail do Consulado Geral dos Estados Unidos dizendo que eles não estavam mais elegíveis ao visto americano.
Já o ministro estava com o visto vencido desde 2024.
Mais Médicos
Padilha era ministro de Saúde em 2012 e esteve diretamente envolvido na criação do Mais Médicos, ainda durante o governo de Dilma Rousseff.
Foi ele quem chefiou a delegação brasileira que foi para Havana discutir o esquema.
Na viagem, Padilha foi acompanhado por dois funcionários do governo brasileiro, que tiveram seus vistos americanos cancelados esta semana: Mozart Salles e Alberto Kleiman.
Confisco do salário
O ministro teve um papel central nas tratativas com a ditadura comunista, ajudando a determinar quanto os cubanos receberiam da ditadura comunista.
Foi dele a ideia de colocar a Opas como intermediária na operação, de acordo com mensagens trocadas pelos diplomatas.
Como um acordo bilateral entre o governo de Dilma Rousseff e a ditadura comunista exigiria aprovação do Legislativo, a Opas se ofereceu como intermediária, para dispensar essa exigência legal.
Como a sede da Opas fica em Washington, nos Estados Unidos, surgiu o medo de que os recursos fossem bloqueados em algum momento.
A sacada de Padilha, então, foi a de que os recursos fossem transferidos entre os escritórios da organização, sem passar pelos Estados Unidos.
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