Pacheco promete resolver “divergências” com governo Lula
Presidente do Senado sinalizou recuo mesmo após cancelar almoço com ministros do governo
Depois de cancelar um almoço com ministros do governo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sinalizou um recuo na crise com o Palácio do Planalto nesta terça-feira, 30. Em entrevista coletiva, o senador mineiro disse que as “divergências” com o governo serão resolvidas “uma a uma”.
“Qualquer divergência que há na política é algo absolutamente natural entre Poderes, entre casas legislativas, entre pessoas que figuram nesses Poderes, nessas instituições”, disse.
“Mas jamais são conflitos que afetam o que é o interesse público. Então, a gente busca sempre a convergência e essas divergências certamente são dirimidas. A cada dia a gente vai dirimindo uma a uma”, complementou Pacheco.
A sinalização de pacificação ocorre dias depois que o presidente do Senado criticar o governo pela decisão de levar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a questão da desoneração da folha de pagamentos. Na sexta-feira, 26, Pacheco afirmou que o Planalto “errou ao judicializar” a política.
“A provocação do Judiciário, óbvio que no momento em que se esgotam as negociações políticas, é absolutamente legítima a mim, legítima ao presidente, legítima à população, a qualquer dos Poderes, mas, enquanto está tendo diálogo político, isso realmente foi um erro, na minha opinião, primário, que poderia ter sido evitado”, avaliou o senador nesta terça.
Almoço cancelado
Apesar dos acenos, Pacheco decidiu cancelar o almoço com líderes e ministros de Lula e que estava marcado para a tarde desta terça. O objetivo do encontro, que iria reunir os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, tinha como objetivo amenizar a crise entre Executivo e Senado.
Os atritos se intensificaram nas últimas semanas, com uma troca de farpas entre Pacheco e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O chefe da pasta econômica cobrou responsabilidade fiscal por parte do Congresso depois que os senadores avançaram com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que turbina os salários dos juízes.
Ainda nesta terça, Pacheco defendeu a PEC e disse que o texto deve ser votado na próxima semana. O governo é contra a medida e afirma que, se aprovada, a proposta gerará um impacto bilionário nas contas públicas.
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