Os interesses de Joesley Batista na contratação de Lewandowski
A J&F, empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista, contratou Ricardo Lewandowski, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, de olho em sua atuação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP)...
A J&F, empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista, contratou Ricardo Lewandowski, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, para atuar em um processo que corre no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Corte que ele integrou por nove anos antes de chegar ao STF e onde mantém influência e proximidade com os magistrados, segundo a Folha.
Meses antes de ser anunciado como futuro ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Lula, Lewandowski virou parecerista na briga da Eldorado Papel e Celulose com a Paper Excellence, que constitui a maior disputa acionária do país e se arrasta desde 2017.
“A J&F procurou o ex-presidente do Supremo logo após aposentadoria do ano passado. Pessoas próximas frisam que ele não foi contratado para atuar de forma genérica para o conglomerado, mas especificamente num processo do TJ-SP no qual a companhia dos Batista tenta anular decisões favoráveis à Paper. Lewandowski produziu parecer sobre a causa e também passou a acompanhar o processo, inclusive participando de audiências no Tribunal de Justiça, segundo pessoas próximas a ele”, registra o jornal.
Além de ser egresso do TJ-SP, a carreira de Lewandowski no Supremo e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é conhecida pela defesa de pautas corporativas da magistratura, dando ao ministro aposentado a imagem de ser alguém de bom trato nos bastidores do Poder Judiciário.
Procurada pela Folha, a J&F disse que não iria se manifestar.
Já a assessoria de comunicação de Lewandowski disse ao jornal que ele foi contratado “para a elaboração de parecer jurídico e do acompanhamento pontual de uma ação anulatória, oriunda de arbitragem, em trâmite no Tribunal de Justiça de São Paulo, dentro do pleno exercício profissional da advocacia”.
Os valores e as formas de pagamento previstos no contrato do ex-ministro do STF com a empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista estão sob sigilo, mas já se sabe que o primeiro parecer rendeu 800 mil reais e poderá render o dobro (1,6 milhão) em caso de vitória judicial.
Com a nomeação de Lewandowski para a vaga deixada por Flávio Dino no governo, o contrato será interrompido em razão da lei de conflito de interesses, mas ainda não está claro se o escritório de sua mulher, do qual o futuro ministro deixará oficialmente de ser sócio, dará prosseguimento à parceria com a J&F.
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