Uma onda de calor que estava inicialmente prevista para durar até sexta-feira (15) foi estendida pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e pode permanecer até o próximo domingo. De acordo com a meteorologista Maria Clara Sassaki, a onda de calor deve atingir o Sul, o Sudeste e parte do Centro-Oeste.

Sassaki, uma porta-voz da Climatempo, explicou que o ápice dessa onda de calor deve acontecer entre quinta e sábado. “No domingo, a previsão é de uma leve oscilação, por conta da entrada de umidade, mas volta a esquentar no início da semana que vem,” detalhou.

Estados afetados e Maiores Temperaturas

Continua o aviso de “perigo” emitido pelo Inmet até o dia 15, indicando a persistência das temperaturas acima da média pelo período de três a cinco dias. De acordo com o Inmet, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os estados que devem registrar temperaturas máximas 5°C acima da média.

As regiões que devem registrar as maiores temperaturas são a faixa oeste do Rio Grande do Sul, extremo oeste de Santa Catarina, extremo oeste do Paraná e faixa sul e oeste do Mato Grosso do Sul. Nessas áreas, as temperaturas podem chegar a ficar até 8ºC acima da média.

Impactos da Onda de Calor

Nesta quarta (13), as maiores máximas devem ser registradas no oeste do Mato Grosso do Sul e oeste de São Paulo, onde os termômetros podem marcar cerca de 40ºC. Para a formação de ondas de calor são necessários dois principais fatores climáticos: massas de ar quente e seco e bloqueios atmosféricos.

Os bloqueios atmosféricos são um tipo de circulação de ventos no alto da atmosfera que impedem o avanço das frentes frias. Quando as frentes frias se formam e encontram esse bloqueio, elas são levadas diretamente para o oceano, permitindo que a massa de ar quente no continente vai ficando cada vez mais forte, gerando a onda de calor.

Alterações Climáticas

Nesse cenário de altas temperaturas, o El Niño é outro fator que merece atenção. Esse fenômeno é responsável por deixar a atmosfera mais quente e potencializar as altas temperaturas. As mudanças climáticas também têm contribuído para a ocorrência de eventos extremos, como as ondas de calor.

Maria Clara pontua que ” os bloqueios não são normais no verão. Isso não quer dizer que eles não possam aparecer no verão, mas não é algo comum”. Desse modo, as ondas de calor acabam se tornando mais comuns no inverno e na primavera.

A expectativa para os próximos dias, de acordo com o Inmet, continua de temperaturas altas em várias capitais do país. A tendência é que essa situação se prolongue até a próxima semana, reforçando o alerta para a população desses estados.