O que está acontecendo com a PEC dos Precatórios? O que está acontecendo com a PEC dos Precatórios?
O Antagonista

O que está acontecendo com a PEC dos Precatórios?

avatar
Antonio Temóteo
avatar
Wilson Lima
4 minutos de leitura 07.12.2021 16:53 comentários
Brasil

O que está acontecendo com a PEC dos Precatórios?

Aprovada na Câmara e no Senado, a PEC dos Precatórios ainda está longe de acordo para ser promulgada. O governo Bolsonaro conta com a proposta para bancar o programa assistencial Auxílio Brasil. Como, na semana passada, os senadores fizeram em torno de 20 mudanças no texto aprovado pelos deputados no mês anterior, a proposta provavelmente será fatiada...

avatar
Antonio Temóteo
avatar
Wilson Lima
4 minutos de leitura 07.12.2021 16:53 comentários 0
O que está acontecendo com a PEC dos Precatórios?
Foto: Rodolfo Stuckert/CNJ

Aprovada na Câmara e no Senado, a PEC dos Precatórios ainda está longe de acordo para ser promulgada. O governo Bolsonaro conta com a proposta para bancar o programa assistencial Auxílio Brasil.

Como, na semana passada, os senadores fizeram em torno de 20 mudanças no texto aprovado pelos deputados no mês anterior, a proposta provavelmente será fatiada, fazendo com que a Câmara volte a analisar a PEC em partes.

Segundo técnicos do Congresso ouvidos por O Antagonista, apenas dois trechos foram consensuais entre Câmara e Senado: 1) a mudança no método de reajuste do teto de gastos (atualmente, o teto é reajustado a partir da variação da inflação entre julho do ano anterior e junho do ano corrente; pela proposta, esse período para o reajuste seria de janeiro a dezembro do mesmo ano); e 2) a possibilidade de adiamento do parcelamento das dívidas previdenciárias de municípios por 20 anos.

Se o governo topasse promulgar somente esses dois pontos, não haveria espaço fiscal suficiente para viabilizar o Auxílio Brasil, a principal aposta do Centrão para reeleger Bolsonaro. Sendo assim, o Planalto ainda depende da conclusão da tramitação da proposta no Congresso.

O que mudou entre os textos aprovados pela Câmara e pelo Senado?

Os senadores mexeram na redação da proposta e também fizeram mudanças no mérito do texto aprovado pelos deputados. As principais alterações foram:

  • mudança no prazo do regime especial de pagamento de precatórios: pela Câmara, valeria até 2036; pelo Senado, até 2026;
  • o Senado retirou os precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) do teto de gastos;
  • ao contrário da Câmara, que deixou margem para que os recursos disponíveis a partir do espaço fiscal aberto pela PEC pudessem ser usados, por exemplo, para abastecer o orçamento secreto, o Senado determinou que as receitas geradas terão de ser usadas somente para custeio de programas sociais, aposentadorias e despesas do Estado reajustadas pela inflação;
  • os senadores transformaram o Auxílio Brasil em programa de transferência de renda permanente.

Por que a proposta de fatiamento da PEC encontra resistência no Congresso?

O fatiamento da proposta encontra resistência porque, para parlamentares envolvidos nas negociações, quebra o acordo com o governo para as mudanças feitas no Senado — lideranças afirmam que o texto da Câmara jamais teria passado sem as alterações.

Avalia-se também que a eventual promulgação parcial do texto aprovados nas duas Casas legislativas poderia ser alvo de questionamentos na Justiça.

Nos bastidores, deputados reclamam que os senadores mexeram até mesmo no “coração” da PEC, ao encurtar em 10 anos o prazo do regime especial de pagamento de precatórios. Como isso configuraria uma alteração de mérito da proposta, daria margem a um adiamento da aprovação pela Câmara e até mesmo questionamento judicial.

Por que o texto aprovado no Senado não agradou a Paulo Guedes e a equipe econômica?

O ministro da Economia, Paulo Guedes, não quer engolir algumas mudanças no texto original da PEC dos Precatórios. Um exemplo foi a retirada dos precatórios do Fundef do teto de gastos promovida pelos senadores. Para o ministro, essa alteração dará ainda mais margem para que o governo seja criticado pela gambiarra fiscal em curso.

Além disso, Guedes não gostou da vinculação das receitas que decorrem do espaço fiscal aberto pela PEC a gastos com programas sociais e aposentadorias. Desde o início do governo, o ministro tem dito ser contra os chamados “carimbos orçamentários”, defendendo que o orçamento seja mais flexível.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Um “press release” do STF para a J&F

Visualizar notícia
2

PSOL vai pedir extinção dos kids pretos

Visualizar notícia
3

Moraes cita “extrema periculosidade” de Braga Netto

Visualizar notícia
4

Asilados em embaixada pedem ajuda de Lula para sair da Venezuela

Visualizar notícia
5

Bolsonaristas reagem à prisão de Braga Netto e falam em “ditadura”

Visualizar notícia
6

Funcionário de embaixada sob custódia do Brasil é preso na Venezuela

Visualizar notícia
7

Defesa de Braga Netto nega obstrução à Justiça

Visualizar notícia
8

PF: Braga Netto usou sacola de vinho para repassar dinheiro a “kid preto”

Visualizar notícia
9

Juiz auxiliar de Moraes mantém prisão de Braga Netto

Visualizar notícia
10

Ministros de Lula celebram prisão de Braga Netto: “Grande dia”

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

Zanin autoriza retirada de tornozeleiras de desembargadores

Visualizar notícia
2

Concurso público PM SP: 2.700 Vagas com salários de até R$ 4.000

Visualizar notícia
3

Barbie: Filme terá continuação? Confira os rumores

Visualizar notícia
4

MP arquiva investigação sobre Gusttavo Lima e sócios da Vai de Bet

Visualizar notícia
5

Pix Parcelado 15/12: Veja como funciona e tenha mais segurança nas transações

Visualizar notícia
6

Opinião de Bolsonaro sobre prisão de Braga Netto é patética

Visualizar notícia
7

O horizonte eleitoral de Lula se encurta

Visualizar notícia
8

Concurso Aeronáutica: Veja como realizar a inscrição e as etapas

Visualizar notícia
9

Rodolfo Borges na Crusoé: A ressurreição do Botafogo

Visualizar notícia
10

Orlando Tossetto Jr. na Crusoé: Então tá: a crise é estética

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

Auxilio Brasil Câmara Congresso eleições 2022 governo Bolsonaro PEC dos Precatórios Senado
< Notícia Anterior

Bolsonaro diz que presidente do STJ poderia ter sido indicado na vaga de André Mendonça

07.12.2021 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

"Se eu falar aqui agora ivermectina, hidroxicloroquina, cai o sinal da televisão"

07.12.2021 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Antonio Temóteo

Antonio Temóteo é jornalista formado pelo UniCeub. Foi repórter do Correio Braziliense e do UOL. Nesse período, se especializou na cobertura política e econômica em Brasília. Acompanhou o impeachment de Dilma Rousseff e a aprovação de diversas pautas econômicas no Congresso Nacional. Entre outros prêmios, ganhou duas vezes o Esso de Informação Econômica e duas vezes o Abrapp, focado em matérias sobre fundos de pensão.

avatar

Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Previsão do tempo no Rio de Janeiro para a semana

Previsão do tempo no Rio de Janeiro para a semana

Visualizar notícia
Estudo aponta que o calor é pior para os jovens do que para idosos

Estudo aponta que o calor é pior para os jovens do que para idosos

Visualizar notícia
Lula sobre internação: “Nunca penso que vou morrer, mas tenho medo”

Lula sobre internação: “Nunca penso que vou morrer, mas tenho medo”

Visualizar notícia
Golpe de suspensão da CNH: Saiba como evitar

Golpe de suspensão da CNH: Saiba como evitar

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.