O presidencialismo está envenenado pela reeleição O presidencialismo está envenenado pela reeleição
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O presidencialismo está envenenado pela reeleição

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3 minutos de leitura 18.08.2020 16:45 comentários
Brasil

O presidencialismo está envenenado pela reeleição

O editorialista do Estadão está afiado no seu comentário a uma fala de Ricardo Barros, homem reto, vertical, líder do governo da nova política na Câmara, à Rádio Eldorado. Ele disse que a troca de apoio por cargos na administração é coisa natural, porque "é assim que funciona o Brasil". Funcionaria assim porque, segundo Barros, homem reto, vertical, o país adotou o presidencialismo de coalizão. E, nesse sistema, os partidos “que vão permitir ao governo aprovar matérias que ele prometeu na campanha” devem ter “elementos”...

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3 minutos de leitura 18.08.2020 16:45 comentários 0
O presidencialismo está envenenado pela reeleição
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O editorialista do Estadão está afiado no seu comentário a uma fala de Ricardo Barros, homem reto, vertical, líder do governo da nova política na Câmara, à Rádio Eldorado. Ele disse que a troca de apoio por cargos na administração é coisa natural, porque “é assim que funciona o Brasil”.

Funcionaria assim porque, segundo Barros, homem reto, vertical, o país adotou o presidencialismo de coalizão. E, nesse sistema, os partidos “que vão permitir ao governo aprovar matérias que ele prometeu na campanha” devem ter “elementos” no governo.

Escreve o editorialista do Estadão:

 De fato, é assim que tem funcionado no Brasil, mas não da maneira aparentemente republicana como descreveu o líder do governo. O presidencialismo de coalizão degenerou em corrupção e fisiologismo, com partidos exigindo verbas e cargos estratégicos em troca de seus votos, relação que nada tem a ver com uma agenda política para o País. Sob os governos petistas, tornou-se presidencialismo de ‘cooptação’, cuja face mais notória foram os escândalos do mensalão e do petrolão. Foi em reação a isso, aliás, que o eleitorado escolheu em 2018 nomes que prometiam acabar com o toma lá dá cá. Jair Bolsonaro foi o principal deles, e assumiu a Presidência da República anunciando o fim do presidencialismo de coalizão.

Como se sabe, não funcionou. O presidente Bolsonaro optou pelo presidencialismo de ‘colisão’, comprando brigas com o Congresso, com o Supremo Tribunal Federal, com governadores de Estado e com a imprensa. Correndo sério risco de ver abreviado seu mandato, e acossado por suspeitas cabeludas envolvendo seus familiares, o presidente foi aconselhado por assessores não somente a se recolher, como a construir uma base parlamentar com alguma consistência, capaz ao menos de dissuadir os defensores do impeachment.

 Bolsonaro aproximou-se então de partidos notórios por seu apetite fisiológico, com os quais não é preciso qualquer afinidade ideológica ou programática para obter apoio: basta entregar cargos e garantir verbas.

Ora, distribuição de sinecuras a apadrinhados em órgãos do Estado não é dividir o poder, como quer fazer crer o novo líder do governo na Câmara. Uma coalizão governista deveria presumir a divisão de responsabilidades da administração, em torno de uma agenda comum. Mas em torno de que, afinal, se reúne a tal base do governo? Qual é o projeto bolsonarista?”

Reeleger-se, pura e simplesmente, como constata o editorialista. O presidencialismo brasileiro, de coalizão, cooptação ou colisão, é o da reeleição e nada mais. Ela o envenena. Só mudam os personagens (nem todos).

Na sua coluna na Crusoé, Mario Sabino discorre sobre este que considera o maior problema político do Brasil: a reeleição, justamente. Leia aqui a íntegra (aberta para não assinantes) e assine a Crusoé.

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