“Nossa independência foi consolidada na guerra”, diz historiador
O quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, eternizou o momento em que D. Pedro I declarou, em 7 de setembro de 1822, que o Brasil seria um império separado de Portugal, lembra a Crusoé...
O quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, eternizou o momento em que D. Pedro I declarou, em 7 de setembro de 1822, que o Brasil seria um império separado de Portugal, lembra a Crusoé.
Para o historiador e diplomata Hélio Franchini Neto (foto), a pintura em que o protagonista ergue a espada não traduz a realidade, por mostrar a independência como algo rápido, pacífico e sem complicações. Amparado em pesquisas recentes, ele afirma que a consolidação desse processo só se deu após batalhas encarniçadas, que envolveram mais homens que aquelas lideradas pelo venezuelano Simón Bolívar, o Libertador da América espanhola. Leia um trecho da entrevista que ele concedeu à Crusoé.
“Aos poucos fui vendo que as batalhas eram muito maiores do que eu imaginava e que ocorreram em três frentes principais: na Bahia, no Norte e na Cisplatina, hoje Uruguai. Além dos números superlativos, elas se chocavam com as narrativas existentes. Ainda se fala muito que o conflito na Bahia foi entre baianos e tropas portuguesas ali presentes. Mas a guerra foi muito mais ampla e complexa”, disse.
“[…] No Brasil, a Bahia era o centro estratégico, pois era a transição entre o Norte e o Sul. Se os militares portugueses tivessem vencido as batalhas nessa região, eles poderiam ter permanecido com Pernambuco, Piauí, Pará e Maranhão. O Norte do Brasil se tornaria um país separado e avançar sobre o Sul, na tentativa de retomar tudo. Não foi o que aconteceu. Portanto, pode-se deduzir que nossa independência foi consolidada na guerra. Um desfecho distinto dessas batalhas mudaria radicalmente o rumo da história”, acrescentou.
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