Nem Gleisi, nem Costa conseguem convencer Lula a manter Nísia
Demissão anunciada da ministra reflete crise de imagem do governo e insatisfação de Lula

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, buscou apoio junto a aliados estratégicos para se manter no cargo, ainda antes de a pressão por sua saída se intensificar. Para isso, recorreu ao chefe da Casa Civil, Rui Costa, e à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, com o objetivo de minimizar os danos à sua imagem junto ao presidente Lula. Membros do Congresso ligados ao governo confirmam a movimentação interna, que visou preservar a socióloga entre os quadros da Esplanada.
A insatisfação de Lula com a condução da pasta, somada aos fracos resultados da gestão de Nísia, pesa diretamente no cenário de mudanças que se desenham.
Nos bastidores, a queda de popularidade do governo, refletida nas últimas pesquisas de opinião, é vista como fator determinante para a busca de uma reestruturação ministerial. Em conjunto com a crise do Pix, essas dificuldades levaram o presidente, conforme aliados, a “despertar” para a necessidade de mudanças que já vinham sendo discutidas desde o ano passado.
Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE)
A estratégia pela defesa de Nísia envolvia apresentar ao presidente a versão final do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), uma das apostas de Lula para dar nova visibilidade à saúde pública. A política era vista como uma oportunidade de mostrar avanços do governo na área, mas, até agora, os resultados não conseguiram convencer o presidente.
Futuro anunciado
A substituição de Nísia Trindade parece estar praticamente desenhada, com o nome de Alexandre Padilha, atual ministro de Relações Institucionais, sendo apontado como o substituto mais provável na Saúde.
Fontes próximas ao chefe da Casa Civil indicam que ele prefere a permanência de Nísia no cargo.
Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann, que deve assumir a Secretaria-Geral da Presidência no lugar de Márcio Macêdo, integra uma ala dentro do PT que se opõe à indicação de Padilha para saúde. Parlamentares do partido do presidente dizem que Gleisi demonstrou clara preferência pela permanência de Nísia Trindade no cargo ou pela indicação de Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde e atual presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), com quem compartilha uma visão política mais alinhada.
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Comentários (1)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
24.02.2025 15:45Lula está muito insatisfeito com o trabalho da ministra. Todavia posso apostar que seu substituto será um político sem nenhuma ligação com saúde ou gestão.