Não existe bola de cristal para antecipar ações contra governadores. Mas existe um dossiê
Em 22 de maio, Fabio Leite e Rodrigo Rangel revelaram, na Crusoé, a existência de um dossiê sobre a atuação suspeita do governo de Wilson Witzel na compra de respiradores para vítimas de Covid-19 internadas em UTIs no estado do Rio de Janeiro. O dossiê chegou ao Palácio do Planalto antes de a PGR abrir "de ofício" uma investigação que, coincidentemente, abordava os mesmos pontos do dossiê...
Em 22 de maio, Fabio Leite e Rodrigo Rangel revelaram, na Crusoé, a existência de um dossiê sobre a atuação suspeita do governo de Wilson Witzel na compra de respiradores para vítimas de Covid-19 internadas em UTIs no estado do Rio de Janeiro. O dossiê chegou ao Palácio do Planalto antes de a PGR abrir “de ofício” uma investigação que, coincidentemente, abordava os mesmos pontos do dossiê. Na semana passada, a revista confirmou com uma fonte do Planalto que o documento havia sido entregue à PGR, o que levanta a possibilidade de que a coincidência não seja uma coincidência tanto assim.
Num trecho da reportagem publicada em 22 de maio, está escrito o seguinte:
“A apuração sobre os contratos emergenciais do Iabas no Rio de Janeiro pode abrir uma nova frente em São Paulo. Isso porque a prefeitura da capital, administrada pelo tucano Bruno Covas, também contratou o instituto para gerir um hospital de campanha durante a pandemia. O contrato, de 75,2 milhões de reais, envolve 566 leitos provisórios instalados no Anhembi, ao lado do Sambódromo. Parte dos recursos para os contratos emergenciais foi repassada pelo governador João Doria, do PSDB – outro personagem das pistas elencadas no dossiê entregue ao Planalto.
Assim como no Rio, o Iabas ainda administra uma série de unidades públicas de saúde na capital paulista. Só em abril, recebeu 139 milhões de reais dos cofres municipais. A escolha do instituto sem licitação para ampliar sua atuação na pandemia, porém, desconsiderou graves irregularidades que têm sido apontadas há pelo menos quatro anos pelo Tribunal de Contas do Município. Uma auditoria realizada em 2016 constatou, por exemplo, que todo o dinheiro depositado pela prefeitura paulistana vai para contas bancárias no Rio de Janeiro e que, apenas em setembro daquele ano, houve uma diferença de 28,6 milhões de reais entre o valor repassado e o saldo disponível para pagar funcionários e fornecedores.”
Ou seja, João Doria é personagem do dossiê, assim como Witzel.
Não, ninguém tem bola de cristal para antecipar ações contra governadores, como ironizou Rodrigo Maia ao falar de Carla Zambelli. O que existe é um dossiê, segundo a Crusoé.
Leia reportagem completa aqui (aberta para não assinantes).
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