Mais uma privatização na mira de Tarcísio
Tarcísio planeja privatizar a Linha 1 (Azul) do Metrô e anuncia construção da Linha 20 (Rosa) até o ABC Paulista
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos/foto), revelou que pretende conceder a Linha 1 (Azul) do Metrô à iniciativa privada já no próximo ano. Além disso, ele anunciou que a privatização da linha será realizada no mesmo leilão que definirá a empresa responsável pela construção e operação da futura Linha 20 (Rosa) do Metrô. A implantação da Linha 20 é um antigo desejo da região do ABC Paulista, que aguarda ansiosamente pela expansão do metrô até lá.
Durante o anúncio, o governador destacou: “Nossa ideia é que no próximo ano realizaremos o leilão da Linha 1 juntamente com a Linha 20, que é um sonho antigo da região do ABC. Vamos avaliar todas as estações para identificar o que precisa ser modernizado, bem como reformar as linhas da CPTM que estão em operação atualmente.”
A Linha 1 (Azul) foi inaugurada em 1974 e foi a primeira linha de metrô de São Paulo. Ela conecta a Zona Norte à Zona Sul da capital, passando por bairros como Liberdade e Sé, no Centro. Por outro lado, a futura Linha 20 é um projeto há muito tempo esperado pelo Metrô de São Paulo, mas que ainda não saiu do papel. Essa linha está prevista para ligar a Lapa, na Zona Oeste da capital, até São Bernardo do Campo e Santo André, levando o metrô ao ABC Paulista pela primeira vez.
Privatização do transporte
Segundo reportagem do O Globo, Tarcísio de Freitas adotou uma estratégia de concessão do transporte público que envolve a privatização de uma linha já em operação em conjunto com a concessão de uma nova extensão.
Dessa forma, a empresa privada assume a administração de uma linha existente para gerar recursos enquanto inicia a construção de uma nova linha. Em fevereiro deste ano, o governo realizou o leilão do Trem Intercidades (TIC) Campinas, juntamente com a concessão da Linha 7 (Rubi) da CPTM. O consórcio formado pelo Grupo Comporte e pela fabricante chinesa de trens CRRC Sifang foi o vencedor do leilão.
Mais linhas privatizadas
Após a privatização da Linha 1, o governo estadual planeja conceder a Linha 3 (Vermelha), que é a linha com maior número de passageiros na cidade, juntamente com a Linha 16 (Violeta). A Linha 16 ainda está em estágios iniciais de desenvolvimento, mas tem como objetivo ligar Oscar Freire à Cidade Tiradentes, no extremo leste de São Paulo. Outro plano de concessão é para a Linha 2 (Verde), que será concedida junto com a Linha 19 (Celeste), conectando o Centro da capital paulista a Guarulhos.
A meta de Tarcísio é privatizar todas as linhas do Metrô e da CPTM até o final de seu mandato, em 2026. Segundo ele, as duas empresas estatais não serão extintas, mas terão um novo papel de planejamento de novos projetos de expansão e obras, deixando a administração diária dos serviços para a iniciativa privada.
Atualmente, quatro linhas já foram privatizadas: Linha 8 (Diamante) e Linha 9 (Esmeralda) do trem, além da Linha 4 (Amarela) e Linha 5 (Lilás), todas operadas pela CCR, por meio de suas subsidiárias ViaQuatro e ViaMobilidade. Essa mesma empresa também será responsável pela administração da Linha 17 (Ouro), um monotrilho que foi prometido para a Copa do Mundo de 2014 e ainda não foi concluído.
Após o leilão do TIC Campinas, a próxima linha a ser concedida à iniciativa privada será a Linha 7 (Rubi). Além disso, a Linha 6 (Laranja), que está em construção, será privatizada desde o início – a obra está sendo realizada pela Acciona e o consórcio chamado Linha Uni será responsável pela operação. Outras privatizações estão previstas para as linhas 11 (Turquesa), 11 (Coral), 12 (Safira) e 13 (Jade) entre este ano e o próximo. A primeira delas poderá ser concedida em um acordo que envolve a construção da futura Linha 14 (Ônix), que irá até Guarulhos.
Metrô e CPTM
A principal motivação por trás da intenção do governo Tarcísio de privatizar todas as linhas do Metrô e da CPTM é a situação financeira precária das empresas estatais, que tem se deteriorado nos últimos anos. O governo entende que as empresas não têm capacidade para tocar as obras e projetos de novas linhas e estações.
Em 2022, a CPTM registrou um prejuízo de R$ 432 milhões, enquanto o Metrô teve um prejuízo de R$ 1,16 bilhão. Isso ocorre porque a principal fonte de receita dessas empresas é a tarifa, um modelo que se mostrou insustentável, especialmente com a queda no número de passageiros durante a pandemia. Até hoje, o número de passageiros não voltou aos níveis pré-pandemia.
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