Lupi: “Espero que as investigações sigam seu curso natural”
O ministro entregou o cargo após a revelação, pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União, de um esquema de descontos ilegais de aposentadorias

O agora ex-ministro da Previdência Carlos Lupi foi às redes sociais afirmar que pediu demissão do cargo embora seu nome não tenha sido citado “em nenhum momento nas investigações em curso”.
Como mostramos, nesta sexta-feira Lupi entregou o cargo após a revelação, pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU), de um esquema de descontos ilegais de aposentadorias e pensões. Como registrou este portal, Lupi ficou insatisfeito pela forma como seu cargo foi esvaziado pelo Palácio do Planalto.
“Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula”, declarou Lupi.
“Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador”, prosseguiu Lupi.
“Continuarei acompanhando de perto e colaborando com o governo para que, ao final, todo e qualquer recurso que tenha sido desviado do caminho de nossos beneficiários seja devolvido integralmente”, acrescentou ele.
“Deixo meu agradecimento aos mais de 20 mil servidores do INSS e do Ministério da Previdência Social, profissionais que aprendi a admirar ainda mais nestes pouco mais de dois anos à frente da Pasta”, ressaltou.
Essa é a segunda vez que Lupi pede demissão de um governo petista. Durante a gestão Dilma Rousseff, quando era ministro do Trabalho em 2011, ele também sofreu com uma fritura pública. Na época, ele foi acusado de ter acumulado, de forma ilegal, dois cargos de assessor parlamentar em órgãos públicos distintos.
Na época, também surgiram denúncias de que ele havia autorizado o registro de sindicatos-fantasmas e que ele viajou em um jatinho de um empresário cujas ONGs haviam firmado convênios junto ao Ministério do Trabalho.
Conforme adiantou este portal, Lupi ficou insatisfeito com a decisão do presidente Lula de não consultá-lo sobre a nomeação de Gilberto Waller Júnior para a presidência do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) no lugar de Alessandro Stefanutto, exonerado após a deflagração da operação Sem Desconto da PF.
Outro ponto que pesou na decisão de Lupi foi a fritura pública desencadeada pelo Palácio do Planalto ao longo desta semana. Tanto o presidente Lula, quanto outros integrantes do governo evitaram, nos últimos dias, defender publicamente Lupi, embora as investigações não tenham apontado – até agora – a participação do ministro no esquema de descontos ilegais.
Apesar disso, o próprio presidente da República – conforme apurou este portal – ficou incomodado pela forma leniente como tanto o Ministério da Previdência quanto o INSS lidou com os alertas feitos pela Controladoria-Geral da União sobre descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
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Comentários (1)
Luis Eduardo Rezende Caracik
02.05.2025 18:41Pois eu espero que as investigações sigam um curso sobrenatural. Quem sabe assim seja punido, no mínimo, pela negligência e incompetência.