“Lula e Bolsonaro inverteram papéis no debate da Band”, diz cientista política
A história dos debates presidenciais televisionados começou para valer em 1960, nos Estados Unidos, quando John F. Kennedy e Richard Nixon duelaram frente às câmeras, em busca da Casa Branca, lembra a Crusoé...
A história dos debates presidenciais televisionados começou para valer em 1960, nos Estados Unidos, quando John F. Kennedy e Richard Nixon duelaram frente às câmeras, em busca da Casa Branca, lembra a Crusoé.
Dali em em diante, a prática se espalhou pelo mundo e estreou no Brasil em 1989, depois do fim da ditadura militar. Ao longo das últimas décadas, diversos tipos de estudo foram feitos para tentar compreender o impacto dos debates no processo eleitoral. Em entrevista à Crusoé, a cientista política Sandra Avi dos Santos, da Universidade Federal do Paraná, analisou o primeiro debate presidencial de 2022, que ocorreu na Band, no último fim de semana. Para ela, Lula e Bolsonaro inverteram papéis no evento.
“Todo participante, não importa a sua posição nas pesquisas de intenção de voto, chega a um debate com dois objetivos. De um lado, promover sua imagem, contar sua história, defender algumas bandeiras. De outro, encaixar bons golpes nos adversários. Mas existe uma diferença significativa entre um político que está no cargo, buscando a reeleição, e aqueles que o desafiam. A estratégia mais adequada ao chamado incumbente é a defesa das suas realizações, do seu legado, do seu grupo político. Para esse candidato, amanhã sempre vai ser melhor do que hoje […]. A estratégia dos desafiantes, como a palavra já sugere, privilegia o ataque, a desqualificação do incumbente e do seu mandato”, afirmou Sandra, que é coordenadora do Observatório Abrapel, da recém-fundada Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais
“É claro que história se complica quando há muitos debatedores, sabemos que candidatos nanicos às vezes combinam o jogo e servem como franco-atiradores para outros mais bem posicionados. […] O que existe de inédito e muito interessante na eleição atual é que temos dois candidatos com currículo presidencial, dos quais Bolsonaro, que ocupa o cargo, está atrás nas pesquisas. Isso causou uma certa inversão de papéis no debate da Band. Enquanto Bolsonaro partiu para o ataque, como se fosse o desafiante, Lula exaltou seus feitos e agiu como se estivesse acima das paixões e da briga, como se fosse o incumbente”, acrescentou.
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