Kassab vai aguardar ‘janela partidária’ para decidir sobre candidatura ao Planalto; entenda
Gilberto Kassab (foto) não vai bater o martelo sobre a posição do partido na corrida presidencial deste ano antes de março, como já dissemos. Até aqui, o presidente do PSD tem insistido que terá candidatura própria ao Planalto. Leia também: O jogo de Kassab Em outubro do ano passado, Rodrigo Pacheco deixou o DEM e se filiou ao PSD justamente para embarcar no projeto presidencial...
Gilberto Kassab (foto) não vai bater o martelo sobre a posição do partido na corrida presidencial deste ano antes de março, como já dissemos. Até aqui, o presidente do PSD tem insistido que terá candidatura própria ao Planalto.
Leia também: O jogo de Kassab
Em outubro do ano passado, Rodrigo Pacheco deixou o DEM e se filiou ao PSD justamente para embarcar no projeto presidencial. Na ocasião, Kassab o colocou como pré-candidato, algo que o próprio Pacheco nunca verbalizou. No início desta semana, noticiamos que o presidente do Senado jogou a toalha: segundo senadores próximos, Pacheco não acredita mais em Terceira Via e, portanto, não vai “entrar em aventura”.
Nos últimos dias, Kassab passou a flertar com a ideia de ter o tucano Eduardo Leite como o nome do PSD à Presidência. Ontem, à Veja, o governador do Rio Grande do Sul deixou essa possibilidade em aberto: “Não estou dizendo que deve ser o meu nome, mas se entenderem que seja, estarei à disposição”.
A O Antagonista, nesta sexta-feira (4), Kassab afirmou: “Qual o partido que não gostaria de ter um quadro como o Eduardo Leite e ainda mais como alternativa para a Presidência?”.
O presidente do PSD não fez o convite formal a Leite, mas nem será preciso. Kassab costuma dizer que não convida políticos ainda filiados a outros partidos, mas faz questão de deixar claro que, se for o caso de filiação, a pessoa será muito bem-vinda.
No Rio Grande do Sul governado por Leite, o PSD é aliado do governo tucano. O partido, nos bastidores, ajudou o governador nas prévias tucanas, em novembro do ano passado, que acabaram sendo vencidas por João Doria.
Leite terá que tomar uma decisão rapidamente. Ele fez o compromisso de não se candidatar à reeleição como governador. Sabe que virou uma figura nacional e também evita pensar em concorrer à Câmara ou ao Senado. Para disputar a Presidência, o tucano teria de deixar o Palácio Piratini até o fim de março.
Leia também: “Eduardo Leite não colocaria o nome dele para dividir o centro”
A estratégia de Kassab, que não se sentou com a “turma do centro” ao longo do ano passado, é, mais uma vez, tentar se apresentar como a solução para a Terceira Via. Em julho de 2021, em entrevista a este site, ele disse que “qualquer candidato da Terceira Via que chegar ao segundo turno ganhará as eleições”: relembre aqui. Nos bastidores, o dirigente partidário avalia que João Doria, Simone Tebet e Sergio Moro, por exemplo, não vão decolar, e aposta que União Brasil — o partido resultante da fusão entre DEM e PSL que será oficializado na semana que vem — poderia embarcar no projeto ‘Leite 2022’.
Kassab só vai anunciar oficialmente a decisão de pré-candidatura depois que terminar o prazo para a criação das federações partidárias — em tese, em abril, mas o STF poderá estender esse prazo, a pedido de alguns partidos. O presidente do PSD vai esperar, ainda, a chamada “janela partidária”, de 3 de março a 1º de abril, quando deputados poderão trocar de partido sem perder o mandato.
Atualmente, o PSD tem 35 deputados. Kassab tem dito que, no ano que vem, não quer ter menos do que 40 deputados — a bolada do fundo partidário é calculada com base no tamanho da bancada federal.
“Ele quer ‘formar bancada’ e sabe que, para isso, é muito importante ter a candidatura majoritária para a Presidência”, disse um deputado da sigla, pedindo reserva.
Outro deputado, igualmente em reservado, afirmou que Kassab sabe que a bancada está dividida em relação à corrida presidencial: há, sim, um ou outro que ainda acredita em Terceira Via, mas a maioria já teria se posicionado no xadrez político ou do lado de Jair Bolsonaro (sobretudo parlamentares do Sul e do Sudeste) ou de Lula (principalmente no Nordeste).
“O Kassab não é bobo. Sabe que, se tomar alguma decisão agora, a bancada dele vai diminuir. Se declarar apoio a Lula agora, parte dos deputados vai embora na janela partidária. Se declarar apoio a Bolsonaro, algo praticamente impossível, outra parte também sairia. Então, ele vai esperar para fechar qualquer aliança nacional e, enquanto isso, continuará atrás de uma alternativa própria.”
Três deputados do PSD disseram a O Antagonista que, em reunião na última quarta-feira, o líder, Antonio Brito, com quem não conseguimos contato, garantiu que, se a candidatura própria não vingar, o partido vai liberar seus mandatários nos estados.
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