“Judeus venceram licitação, mas não aprovamos", diz ministro “Judeus venceram licitação, mas não aprovamos", diz ministro
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“Judeus venceram licitação, mas não podemos aprovar”, diz ministro de Lula

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 08.10.2024 21:12 comentários
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“Judeus venceram licitação, mas não podemos aprovar”, diz ministro de Lula

José Múcio não deu detalhes da licitação; O Antagonista apurou que titular da Defesa se referia à compra de 36 blindados israelenses

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“Judeus venceram licitação, mas não podemos aprovar”, diz ministro de Lula
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Defesa, José Múcio (foto), declarou que o governo Lula interferiu em um processo de licitação da pasta por ideologia contrária a Israel.

“Houve agora uma concorrência, uma licitação… Venceram os judeus, o povo de Israel, mas, por questão da guerra, do Hamas, os grupos políticos… Nós estamos com essa licitação pronta, mas, por questões ideológicas, nós não podemos aprovar”, disse Múcio em evento com a Confederação Nacional da Indústria em Brasília nesta terça-feira, 8 de outubro.

O ministro não deu detalhes da licitação. O Antagonista apurou que Múcio se referia à compra de 36 blindados israelenses. O caso veio a tona no início de setembro.

Quem travou a licitação foi o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais e ex-chanceler Celso Amorim, segundo reportagem do Uol.

Ao longo de sua fala nesta terça, Múcio também apontou outros exemplos de interferência ideológica em licitações. Ele relembrou o caso do veto à venda de munições de tanque à Alemanha em 2023 por receio de seu uso pelo Exército da Ucrânia na guerra contra a Rússia.

“Temos uma munição no Exército que não usamos. Fizemos um grande negócio. Não faz, porque senão o alemão vai mandar pra Ucrânia e a Ucrânia vai usar contra a Rússia e a Rússia vai mexer nos nossos acordos de fertilizantes”, disse Múcio.

Para o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), “o governo Lula assume que é antissemita” com a fala do ministro da Defesa.

“É o governo que, desde o atentado do Hamas contra Israel em 7 de outubro do ano passado, tem se aliado ao que há de pior na política externa, condenado o Estado de Israel por exercer seu direito à autodefesa, e passando pano para grupos terroristas que querem o fim da única democracia do Oriente Médio.

Vamos convocar o Ministro na Comissão de Fiscalização da Câmara para que ele explique direitinho por que essa licitação não foi autorizada pelo seu devido vencedor”, acrescenta.

A escalada do antissemitismo no governo Lula, por Catarina Rochamonte

Há tempos as altas esferas do poder brasileiro, especialmente o STF e o Executivo, tentam nos convencer acerca da necessidade premente de se combater o discurso de ódio por meio da regulação das redes.

Na pomposa cerimônia “democracia inabalada”, que recordou os eventos de 8 de janeiro de 2023, o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula deram especial destaque para o tema em suas falas. Para Moraes, as redes sociais viraram “um campo fértil de extremismo”; para Lula, “nossa democracia estará sob constante ameaça enquanto não formos firmes na regulação das redes sociais.”

Para quem não está alienado em relação aos últimos acontecimentos, está claro que o tipo de discurso de ódio que mais tem crescido no mundo é aquele dirigido contra os judeus. Não apenas o discurso, mas também os atos que lhe acompanham. Na França, por exemplo, segundo números divulgados, no fim de janeiro de 2024, pelo Ministério do Interior e pelo Serviço de Proteção à Comunidade Judaica (SPCJ), houve, em 2023, um aumento de 1000% de atos antissemitas na França.

Mas esse não é um problema apenas da Europa. Nosso país, reconhecidamente hospitaleiro, generoso e tolerante com todas as raças e credos tem sido contaminado, desde o início da guerra de Israel contra o Hamas, pela onda de antissemitismo que infelizmente se alastra, mais uma vez, pelo mundo.

Esse ódio nefasto, como é fácil constatar, está, nos dias atuais, amplamente disseminado entre os militantes e ideólogos da extrema esquerda, aspecto que tivemos a oportunidade de abordar em ensaio, publicado na revista Crusoé, intitulado Islamo-esquerdismo: a nova face do ódio aos judeus.

Esse ranço ideológico da esquerda radical explica o apoio dado pelo Brasil à absurda acusação da África do Sul contra Israel, no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, mas explica também a vista grossa das autoridades quanto à proliferação das mensagens antissemitas na internet.

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