Jerônimo Teixeira na Crusoé: “E os treze livros não elegeram Lula”
Em artigo publicado na Crusoé nesta segunda (3), aberto para não assinantes da revista, Jerônimo Teixeira escreve sobre o meme petista das 13 lombadas de livro vermelhas e como ele se chocou violentamente contra a realidade exposta pelas urnas na eleição deste domingo (2)...
Em artigo publicado na Crusoé nesta segunda (3), aberto para não assinantes da revista, Jerônimo Teixeira escreve sobre o meme petista das 13 lombadas de livro vermelhas e como ele se chocou violentamente contra a realidade exposta pelas urnas na eleição deste domingo (2).
“A ostentação letrada carregava ilusões que até podiam ser generosas, mas que, computada a vitória eleitoral de cabeças brutas como Damares Alves e Nikolas Ferreira, agora se revelam patéticas. Na base, estava a crença ingênua de que os livros encontram-se em direta oposição às escopetas cultuadas e lambidas pela turma do presidente – como se não houvesse livros que chamam seus leitores às armas. Talvez tenhamos aqui uma expressão tardia do que Antonio Candido – por acaso, um crítico alinhado ao PT – chamou de ‘ideologia ilustrada’: a convicção das elites de que ‘a instrução traz automaticamente todos os benefícios que permitem a humanização do homem e o progresso da humanidade’.
Castro Alves deu expressão eloquente a essa ideologia em O Livro e a América, poema no qual exalta o herói letrado que ‘semeia livros à mão cheia’ e assim ‘manda o povo pensar’. Os intelectuais que no passado seguiam a cartilha ilustrada construíram, segundo Candido, uma ‘visão deformada da sua posição em face da incultura dominante’: julgavam flutuar acima da ignorância, sem jamais serem contaminados por ela. Grosso modo, é como o intelectual progressista hoje se sente em relação à plebe bolsonarista.
Até se revelar o vexame dos institutos de pesquisa, os petistas alegravam-se com cada pilha de livros publicada nos Facebook, assim como comemoravam as adesões recentes de dissidentes da seita lulista – entre eles, Joaquim Barbosa e, para desalento das pererecas, a agora deputada eleita Marina Silva. Havia entre os simpatizantes do PT um clima de ‘já ganhou’, brutalmente esfacelado pelas urnas eletrônicas.”
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