Infiltrado no PSOL fez levantamento de informações de Marielle, diz PF
A PF prendeu neste domingo, 24, três suspeitos de serem os mandantes da morte da vereadora Marielle Franco em 2018
Investigações da Polícia Federal apontam que havia um miliciano infiltrado no PSOL, partido de Marielle Franco, para levantar informações sobre a atuação da vereadora. Laerte Silva de Dilma teria se filiado 20 dias depois do segundo turno das eleições de 2016 e também seria o vínculo direto entre o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Ambos foram presos neste domingo, 24, preventivamente por suspeita de serem os mandantes da morte da vereadora. As prisões foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante delação premiada firmada com a PF e a Procuradoria-Geral da República (PGR), Ronnie Lessa relatou que a primeira reunião com os irmãos Brazão ocorreu por volta de setembro de 2017, quando foi acertada a execução de Marielle. O ex-policial militar está preso acusado de ser o responsável pelos tiros que atingiram a parlamentar.
Na ocasião, teriam surgido as primeiras falas sobre a motivação do crime, que dão conta de que a vítima “teria sido posta como um obstáculo aos interesses dos irmãos Brazão”. De acordo com as investigações, essa percepção decorreria de informações repassadas por Laerte.
A PF aponta que Laerte foi preso no âmbito da operação Intocáveis com outros suspeitos de integrarem o grupo militar responsável pela exploração de serviços e afins na localidade de Rio das Pedras. Os três foram condenados por participaram de uma organização criminosa tida como uma das mais poderosas em atividade na Zona Oeste do Rio
“Ademais, como visto em linhas recuadas, FININHO era o vínculo direto entre os BRAZÃO e a Comunidade de Rio das Pedras, área na qual a família era eleitoralmente soberana”, diz a PF, no relatório final de investigação obtido por O Antagonista.
No documento, a PF cita que a infiltração remontaria a período anterior ao interesse na morte de Marielle.
“Traçou-se um paralelo sobre levantamentos de outros políticos do PSOL solicitados por MACALÉ antes do segundo semestre de 2017, atribuindo o interesse por tais consultas ao desdobramento de conversas que este mantinha com os BRAZÃO, possivelmente acerca de represálias. Contudo, à época, nada seguiu ou evoluiu para além das pesquisas”, completam os investigadores.
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