Fora do PT, Marília Arraes critica “projeto de poder pelo poder”
Em cerimônia em Recife, ao lado de Paulinho da Força, a deputada federal Marília Arraes trocou o PT pelo Solidariedade na manhã desta sexta-feira (25). Paulinho, que preside o novo partido da neta de Miguel Arraes, apresentou a colega de Parlamento como "futura governadora de Pernambuco"...
Em cerimônia em Recife, ao lado de Paulinho da Força, a deputada federal Marília Arraes trocou o PT pelo Solidariedade na manhã desta sexta-feira (25).
Paulinho, que preside o novo partido da neta de Miguel Arraes, apresentou a colega de Parlamento como “futura governadora de Pernambuco”.
Sem citar nominalmente o PT, Marília criticou “um projeto de poder pelo poder” que, no entender dela, “exerce influência negativa” na política do estado.
“Um grupo que está no poder pelo poder”, insistiu.
Apesar das críticas a um grupo liderado nacionalmente por Lula, Marília sustentou seu apoio ao ex-presidente na corrida presidencial deste ano.
“Lula não é propriedade de um partido, de uma família. Não pode ser considerado propriedade de ninguém. É um símbolo que será seguido por mim”, justificou ela.
Marília também criticou o PSB, dizendo que, em Pernambuco, os socialistas fazem política “com o fígado, com o ódio” e não são fiéis a Lula.
Como noticiamos, Marília deixou o PT nesta semana, depois de o partido tentar forçar a pré-candidatura dela ao Senado na chapa que terá o deputado Danilo Cabral, do PSB, como candidato ao governo. Ela sempre deixou clara a intenção de concorrer ao Palácio do Campo das Princesas.
Adversários acreditam que Marília terá dificuldades para construir uma estrutura de campanha fora do PT. Ela busca aliança com o PSD no estado, mas não será fácil, uma vez que o deputado André de Paula, líder estadual do partido de Gilberto Kassab, já vem negociando com a chapa encabeçada pelo PSB, inclusive buscando a vaga ao Senado. Lula tem dito que, para apoiar Danilo Cabral ao governo, não abre mão de o PT ocupar a candidatura ao Senado na coligação.
Se fizer voo solo, a neta de Miguel Arraes não terá tempo de TV considerável nem, ao menos na largada, apoios significativos de prefeitos e deputados. Mas na política e na vida, claro, tudo é possível e Marília poderá acabar rivalizando, de novo, com os socialistas, o que seria uma repetição do cenário das eleições municipais de 2020, quando a deputada perdeu no segundo turno para o atual prefeito de Recife, João Campos, seu primo, que, por óbvio, apoiará o correligionário Danilo Cabral — ontem, no ato de filiação de Geraldo Alckmin ao PSB, em Brasília, Cabral estava presente e foi apresentado pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, como “o futuro governador de Pernambuco”.
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