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Claudio Dantas
3 minutos de leitura 19.12.2022 09:31 comentários
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Gilmar Mendes na diplomação de Lula (Foto: Reprodução/CNN)

Com uma canetada, Gilmar Mendes praticamente encerrou semanas de debate sobre a PEC da Gastança, definindo a fórmula que deve ser aplicada para viabilizar a aprovação do orçamento de 2023 sem implodir de uma vez o arcabouço fiscal.

Sim, a decisão do ministro é a curto prazo uma boa notícia para a economia, embora não seja para a política — já explico.

Ele determinou que o espaço referente à regra da PEC dos Precatórios seja usado para custear o  valor excedente do Bolsa Família (Auxílio Brasil), por meio de crédito extraordinário via Medida Provisória.

Na prática, repete a fórmula sugerida por Tasso Jereissatidepois atualizada por Renan Calheiros — e limita o dano fiscal, assim como suas consequências deletérias para o crescimento econômico, como alertado semanas atrás pela nota técnica da Consultoria Legislativa.

Como escrevi ontem à noite, só o risco de ampliação do teto de gastos a R$ 200 bilhões — previsto na proposta aprovada pelo Senado e em tramitação na Câmara –– já elevou o impacto financeiro a R$ 1 trilhão, mesmo antes de Lula tomar posse.

O benefício da medida definida por Gilmar é limitado, naturalmente. Não há indicação de fonte de recursos para as despesas extras e o adiamento no pagamento de R$ 51 bilhões em precatórios só aumentará a bola de neve.

Além disso, abre precedente para que qualquer um entre no Supremo para tentar retirar do teto outras despesas que envolvam alguma garantia constitucional — quase tudo no orçamento. Ao ministro caberá a interpretação caso a caso.

Em relação à disputa política em si, trata-se de uma derrota generalizada. 

Lula perdeu, sim, pois queria ampliar os gastos públicos em seu primeiro ano de mandato, ludibriando a sociedade com a falsa realização de suas promessas eleitorais de fazer chover picanha e cerveja. Não terá a recomposição orçamentária e deverá se contentar com o absolutamente necessário.

Arthur Lira também foi derrotado, pois distribuiu promessas de fazer chover ’emendas secretas’ para garantir sua reeleição no comando da Câmara. Na semana passada, com a regulamentação das emendas RP-9, perdeu o poder absoluto sobre a distribuição dos bilhões. Agora, não terá os bilhões.

Sem o cetro e a coroa, o alagoano refaz o mau caminho trilhado por seu ex-guru e ex-presidiário Eduardo Cunha.

O lamentável dessa história toda é que mais uma vez nossos políticos demonstram absoluta incapacidade para liderar a Nação em momento tão sensível, ampliando ainda mais o espaço de tutela já exercido com desenvoltura pelo Supremo Tribunal Federal.Se já difícil recolocar na lâmpada 1 gênio, imaginem 11.

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Claudio Dantas

Claudio Dantas é diretor-geral de Jornalismo de O Antagonista. Com mais de duas décadas cobrindo o poder, já atuou nas redações de EFE, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e IstoÉ. Ganhou os prêmios Esso, Embratel e Direitos Humanos. Está entre os jornalistas mais influentes do Twitter e venceu três vezes o iBest de melhor veículo de política.

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