A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou que, assim como Ibaneis Rocha (MDB), acredita que houve “sabotagem” no esquema de segurança em Brasília no último dia 8, quando ocorreu a invasão às sedes dos Três Poderes. A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo.

Ela também disse ter “estranhado muito” a viagem de Anderson Torres, então secretário de Segurança do DF, aos EUA, sob a alegação de que estava muito cansado e que fazia tempo que não ficava com a família. Questionada se acredita que houve um erro de Ibaneis na nomeação de Torres, Celine Leão respondeu:

“Talvez a boa-fé do governador o tenha colocado nessa situação, por não acreditar que poderia ser sabotado, mesmo tendo sido alertado por diversas pessoas. Ele quis nomeá-lo, apesar do pedido formal do PT para evitar. Ele [Ibaneis] dizia que Anderson havia sido secretário antes e que não houve problema. […] A minha opinião sempre foi que [a nomeação de Torres] causaria problemas tanto para ele [Ibaneis] quanto a Anderson. Mas eu não imaginava que aconteceria o que aconteceu”, afirmou Celina Leão.

Após os atos golpistas, Ibaneis foi afastado do governo do DF e Torres, preso. As medidas foram determinadas inicialmente por Alexandre de Moraes e confirmadas pelo STF depois. Apesar de ter apoiado Jair Bolsonaro (PL) no passado, a governadora em exercício criticou a postura do ex-presidente. Celina Leão disse que Bolsonaro poderia ter evitado o cenário político atual com uma “fala firme”.

“Se houvesse uma fala firme dele, não teríamos o cenário atual. Por outro lado, o movimento estava tão extremado que, talvez, a preocupação dele era perder os apoiadores se falasse. Nesse cenário, o prejuízo teria sido menor do que o prejuízo que está acontecendo agora.”