“É o fim da minha vida”, diz Bolsonaro sobre eventual prisão
Ex-presidente descartou a possibilidade de se exilar nos EUA com Eduardo Bolsonaro e pedir asilo político

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) esta semana, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado, admitiu em entrevista à Folha ter discutido com assessores sobre estado de sítio, estado de defesa ou solicitar intervenção federal durante os eventos de 2022, mas afirmou que essas opções foram descartadas “imediatamente”.
Bolsonaro mencionou o artigo 142 da Constituição, que, segundo a interpretação de seus apoiadores, autorizaria as Forças Armadas a atuar como um “poder moderador”. Essa interpretação foi rechaçada pelo STF.
Questionado sobre o impacto em sua carreira política de uma eventual prisão, o ex-presidente afirmou:
“É o fim da minha vida. Eu já estou com 70 anos.”
Em relação às investigações envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid e a delação sobre uma suposta fraude no cartão de vacinação, Bolsonaro disse que jamais teria feito o pedido:
“Sempre fui contra a vacina, que até hoje considero um experimento”, afirmou.
Sobre a possibilidade de uma prisão, Bolsonaro afirmou que seria “completamente injusta”:
“Cadê meu crime? Onde eu quebrei alguma coisa? Cadê a prova de um possível golpe? A não ser discutir dispositivos constitucionais que não saíram do âmbito de palavras.”
Ao ser questionado sobre a hipótese de se exilar nos Estados Unidos com o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, e pedir asilo político, o ex-presidente descartou a ideia:
“Zero, zero, zero. Eu me sinto bem, estou com 70 anos, e quero o bem do meu país.”
Bolsonaro réu
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, tornar réu o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete pessoas por envolvimento em uma trama golpista desencadeada entre o final de 2022 e início de 2023.
Além de Bolsonaro, também vão passar a responder criminalmente por uma tentativa de golpe de Estado no STF o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general da reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o tenente-coronel e o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general da reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.
Todos vão responder pelos crimes de Golpe de Estado; tentativa de abolição violenta ao Estado Democrático de Direito; organização criminosa; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Após o recebimento da denúncia começa a fase de instrução processual, momento em que o STF coletará provas e depoimentos sobre o caso.
Com o recebimento da denúncia, o STF pode decidir no início do segundo semestre se Jair Bolsonaro será responsabilizado ou não pela trama golpista.
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Comentários (7)
FRANCISCO JUNIOR
29.03.2025 17:52Se ele descartou 100% a possibilidade de fugir, isso deveria acender um alerta nas autoridades, pois ele irá fugir com certeza. Ele não cumpre nada do que promete.
FRANCISCO JUNIOR
29.03.2025 17:50Nada mudou aqui na sessão de Comentários. Amaury Feitosa continua defendendo o mito, ignorando a enorme quantidade de provas, e Fábio B sendo certeiro.
Marcia Elizabeth Brunetti
29.03.2025 17:14Desejo muito que sua vida política chegue ao fim. Se for preso, melhor.
Clayton De Souza pontes
29.03.2025 11:40O Bolsonaro traiu seus eleitores, tinha esqueletos no armario e até trabalhou pela volta do Lula, acabando com o combate à corrupção e fortalecendo o STF aparelhado pelo Lula. Por fim incitou seus sabujos a planejar um golpe e está colhendo o que plantou
Fabio B
29.03.2025 11:33Esse canalha é um covarde nato. Se dependesse dele, já estaria fugido igual o bananinha, mas a ganância falou mais alto, por isso voltou. Assim que perdeu a eleição, bateu em retirada para os EUA, só voltou porque o Valdemar garantiu grana, luxo e apoio jurídico por conta do PL, além de saber que se fugisse perderia acesso a toda a fortuna roubada que acumulou por aqui. O risco dele agora de tentar fugir e se esconder em alguma embaixada ainda existe, mas ele não tem bolas para algo tão audacioso. O destino dele está traçado: será preso, provavelmente ainda no primeiro semestre. No máximo, pode sonhar com um perdão presidencial se o próximo governo não for de esquerda, ou tentar alguma prisão domiciliar alegando doença, mas nem o Bob Jeff conseguiu isso, então não esperaria por tanto. E se alguém acha que ele ainda "voltará", eis os fatos: Está atualmente inelegível, e tem mais uma fila de processos de inelegibilidade bem mais graves, que vão garantir que nunca mais volte à política. Será condenado de sequência e acumulado a inelegibilidade até o final da vida. Agora pode até ficar dando entrevista, bancando o injustiçado, mas em breve nem isso poderá fazer. O fim dele será o esquecimento, lembrado apenas como o traidor, covarde, fraco e criminoso que sempre foi.
Amaury G Feitosa
29.03.2025 10:34Nâo é o fim de nada e Bolsonaro que cometeu grave erro ao ver sistematicamente violada a constituição e leis pela dita suprema corte deveria ter usado os intrumentos institucionais de defesa do Estado dentre estes o Art 142 da CF que de forma tola recusou e de fato se torna responsável pelo avanço da ditadura assassina que como não pôde matá-lo por serviço porco de um idiota que dizem psicopata VÃO PRENDÊ-LO para a torpe vingança do insano ladrão ditador e deveria pedir asilo sim algo que chocaria o mundo e lhe daria a dignidade perdida tolamente.
Márcio Roberto Jorcovix
29.03.2025 10:30Se o Bozo quisesse o bem do país como ele sempre fala ele apoiaria a candidatura do Tarcísio com o Zema ou Ratinho jr. de vice e pronto. O isentão aqui votaria neles, assim como muitos outros. Mas o que ele a família tem é sede do poder absoluto. O resto é conversa pra boi dormir